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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 80 • 279<br />

que, com vistas a remediar a ruptura ocorrida, o acrescentou como<br />

um participante da dignida<strong>de</strong> real dos filhos <strong>de</strong> Davi. Com essa fenda,<br />

o estado do povo ficou gran<strong>de</strong>mente prejudicado; mas, para impedir<br />

uma ruína total, a ereção das <strong>de</strong>z tribos num reino separado, sob a<br />

soberania <strong>de</strong> Jeroboão, foi, por assim dizer, uma coluna posta <strong>de</strong>baixo<br />

<strong>de</strong>le pelo secreto conselho <strong>de</strong> Deus para sustentá-lo.<br />

Entretanto, não tenho nenhuma hesitação em consi<strong>de</strong>rar todo o<br />

corpo da Igreja como que compreendido sob as expressões: o Homem<br />

da <strong>de</strong>stra <strong>de</strong> Deus, e o Filho do homem. O singular é um uso muito<br />

apropriado, tendo sido a divina vonta<strong>de</strong> que o povo escolhido fosse<br />

como um só homem. Pela mesma razão, o Apóstolo Paulo também,<br />

em Gálatas 3.16, põe gran<strong>de</strong> ênfase nas palavras um só <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte;<br />

pois Ismael, Esaú e outros foram separados e espalhados quando<br />

Deus redimiu e congregou a semente <strong>de</strong> Abraão. Assim, por o filho do<br />

homem <strong>de</strong>ve-se enten<strong>de</strong>r o povo ao qual Deus adotou para si, a fim<br />

<strong>de</strong> que fosse um só homem. 16 Como, porém, esta unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />

16 Muis, Walford e outros, <strong>de</strong> modo semelhante, supõem que estes títulos: O Homem <strong>de</strong> tua <strong>de</strong>stra<br />

e O Filho do homem, pertencem ao povo <strong>de</strong> Israel. Walford traduz os versículos 15 e 17 assim:<br />

“O rebento que tua <strong>de</strong>stra plantou;<br />

Sim, o ramo que para ti fizeste forte.<br />

Que teu apoio se estenda ao Homem <strong>de</strong> tua <strong>de</strong>stra;<br />

Ao Filho do homem, a quem para ti fizeste forte.”<br />

E observa no versículo 17: “O salmista aqui renuncia a representação figurada e fala literalmente<br />

do povo <strong>de</strong> Israel, ao qual Deus escolhera e tão gran<strong>de</strong>mente favorecera.” “Comparando 2<br />

Crônicas 36.22, 23; Isaías 44.26-28; 45.1-11 e Jeremias 25.12, 13”, diz Dimock, “com este versísulo,<br />

não po<strong>de</strong>ria Jeremias, ou quem quer que seja o autor <strong>de</strong>ste Salmo, ter em mente Ciro, <strong>de</strong> quem,<br />

por meio <strong>de</strong>sses títulos, foi profetizado que seria o restaurador <strong>de</strong> Israel, nominalmente, mais<br />

<strong>de</strong> um século antes <strong>de</strong> seu nascimento?” Outros têm imaginado, e com gran<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>,<br />

que a fraseologia aqui empregada contém uma alusão mística ao Messias. Os israelitas piedosos<br />

estavam acostumados, em tempos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>, a olhar com profundo anseio para os<br />

dias daquele que reinaria para sempre sobre a casa <strong>de</strong> Jacó, e <strong>de</strong> cujo reino não haveria fim. Estas<br />

expressões notáveis, O Homem <strong>de</strong> tua <strong>de</strong>stra e O Filho do homem, se aplicam, no mais pleno e perfeito<br />

sentido, a Cristo. Se o Homem da <strong>de</strong>stra <strong>de</strong> Deus é o homem posto ali, a quem po<strong>de</strong>ria o título<br />

aplicar-se senão a ele? Porque, “a qual dos anjos disse Deus jamais: Assenta-te a minha direita?”<br />

[Hb 1.3, 13]. E muito menos disse ele isso a algum dos reis judaicos. Quanto ao outro título: O Filho<br />

do homem, ele é um dos títulos mais <strong>de</strong>finidos <strong>de</strong> Cristo, sendo dado a ele na Escritura não menos<br />

<strong>de</strong> setenta e uma vezes; em sessenta e sete casos, por ele mesmo; uma por Daniel; uma pelo mártir<br />

Estêvão; e duas pelo apóstolo João no Apocalipse. Ele é também aquele a quem o Pai fez forte para<br />

a salvação <strong>de</strong> sua Igreja, e que ainda tirará a iniqüida<strong>de</strong> do povo escolhido e o restaurará a um

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