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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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488 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

emurchecidos, ou que jazam cortados, novamente brotarão com<br />

renovado vigor e florescerão tanto e com tanta beleza na Igreja <strong>de</strong><br />

Deus à semelhança dos cedros do Líbano. A expressão empregada<br />

– plantados na casa do Senhor – justifica a razão <strong>de</strong> seu vigoroso<br />

crescimento; tampouco significa que meramente têm um lugar ali (o<br />

que se po<strong>de</strong> dizer dos hipócritas), mas que estão firmemente fixos e<br />

profundamente arraigados nela, <strong>de</strong> modo a estarem unidos a Deus.<br />

O salmista fala dos átrios do Senhor, porque a ninguém, senão aos<br />

sacerdotes, se permitia entrar no santo lugar; o povo adorava no<br />

átrio. Pela expressão, os que são plantados na Igreja, ele quer dizer<br />

que somos unidos a Deus numa conexão real e sincera, e insinua<br />

que sua prosperida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> uma natureza mutável e flutuante,<br />

porque ela não se fundamenta em algo pertencente a este<br />

mundo. Nem po<strong>de</strong>mos duvidar que tudo o que tem suas raízes e se<br />

fundamenta no santuário continuará a florescer e a ter participação<br />

na vida, a qual é espiritual e eterna. É neste sentido que ele fala <strong>de</strong><br />

ainda produzir fruto e ser viçoso, mesmo na velhice, quando o vigor<br />

e a seiva geralmente estão secos. A linguagem equivale a que estão<br />

isentos da sorte ordinária dos homens e têm uma vida que é removida<br />

<strong>de</strong> sob a lei comum da natureza. 15 É por isso que Jacó, falando da<br />

gran<strong>de</strong> renovação que ocorreu na Igreja, faz menção daquele feliz<br />

período em que, tendo alguém cem anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, seria ainda criança,<br />

significando que, embora a velhice naturalmente ten<strong>de</strong> para a<br />

morte, e quem tiver vivido cem anos se encontra nos próprios limites<br />

<strong>de</strong>la, todavia no reino <strong>de</strong> Cristo uma pessoa <strong>de</strong>ve se consi<strong>de</strong>rar<br />

como estando meramente em sua infância e se iniciando na vida,<br />

se ingressando num novo século. Isso só podia ser verificado no<br />

sentido em que <strong>de</strong>pois da morte teremos outra existência no céu.<br />

15 “Na velhice ainda produzirão fruto. Sendo assim plantados e regados, não só produzirão frutos<br />

<strong>de</strong> justiça, mas continuarão a viver assim até mesmo quando chegarem à velhice; contrariando<br />

a todas as árvores que, quando envelhecidas, cessam <strong>de</strong> produzir frutos; porém isso não se dá<br />

com os justos; a graça amiú<strong>de</strong> tem maior vigor quando a natureza se <strong>de</strong>scai; testemunhas disso<br />

são Abraão, Jó, Davi, Zacarias e Isabel, bem como o bom velhinho Simão que foi para o túmulo<br />

como cachos <strong>de</strong> trigo plenamente maduro.” – Dr. Gill.

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