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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 104 • 639<br />

pôr nossos olhos na própria beleza da estrutura do mundo na qual ele<br />

<strong>de</strong>seja ser visto por nós, e não sermos <strong>de</strong>masiadamente curiosos e nos<br />

precipitarmos a inquirições acerca <strong>de</strong> sua essência secreta. Ora, visto<br />

que Deus se nos apresenta vestido <strong>de</strong> luz, os que vivem à busca <strong>de</strong><br />

pretextos, para viverem sem o conhecimento <strong>de</strong>le, não po<strong>de</strong>m alegar<br />

em escusa <strong>de</strong> sua indolência que ele se acha oculto em <strong>de</strong>nsas trevas.<br />

Ao lermos que os céus são uma cortina, isso não significa que Deus se<br />

oculta neles, mas que por meio <strong>de</strong>les sua majesta<strong>de</strong> e glória se exibem;<br />

sendo, por assim dizer, seu régio pavilhão.<br />

3. Pondo nas águas os vigamentos <strong>de</strong> suas câmaras. Davi então<br />

prossegue explicando, em extensão mais ampla, o que brevemente<br />

afirmara sob a figura do manto <strong>de</strong> Deus. O escopo da passagem é<br />

sucintamente este: que não precisamos romper caminho acima das<br />

nuvens com o propósito <strong>de</strong> encontrar Deus, já que ele se encontra na<br />

estrutura do mundo e em toda parte se exibe no cenário que se acha<br />

diante <strong>de</strong> nós da mais vívida <strong>de</strong>scrição. Para não imaginarmos que<br />

haja nele alguma coisa <strong>de</strong>rivada, como se, pela criação do mundo, ele<br />

recebesse algum acréscimo em sua perfeição essencial e glória, <strong>de</strong>vemos<br />

ter em mente que ele se veste com esse manto por nossa causa.<br />

A representação metafórica <strong>de</strong> Deus, como que pondo nas águas os<br />

vigamentos <strong>de</strong> suas câmaras, parece algo difícil <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r; mas o <strong>de</strong>sígnio<br />

do profeta, partindo <strong>de</strong> algo que nos seja incompreensível, era<br />

que fôssemos arrebatados com a mais intensa admiração. A menos<br />

que os vigamentos sejam substanciais e fortes, não po<strong>de</strong>riam sustentar<br />

nem mesmo o peso <strong>de</strong> uma casa comum. Quando, pois, Deus faz<br />

das águas o fundamento <strong>de</strong> seu palácio celestial, quem seria capaz <strong>de</strong><br />

não extasiar-se ante um milagre tão portentoso? Quando levamos em<br />

conta a lentidão <strong>de</strong> nossa compreensão, tais expressões hiperbólicas<br />

não são <strong>de</strong> modo algum supérfluas; pois é com dificulda<strong>de</strong> que nos<br />

<strong>de</strong>spertam e nos capacitam para a obtenção mesmo que seja <strong>de</strong> um<br />

leve conhecimento <strong>de</strong> Deus.<br />

O que está embutido na expressão, cavalgando nas asas do vento,<br />

se torna mais óbvio à luz do versículo seguinte, on<strong>de</strong> lemos que as

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