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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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446 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que sejam seu povo peculiar, para que, por fim, ele os conduza juntos<br />

a sua herança eterna. Tampouco é fútil o que ele acrescenta à guisa<br />

<strong>de</strong> contraste [v. 4], a saber: que mil anos à vista <strong>de</strong> Deus é como o<br />

dia <strong>de</strong> ontem. Embora à luz da experiência sejamos convencidos <strong>de</strong><br />

que os homens, quando tiverem completado seu ciclo, doravante se<br />

<strong>de</strong>spe<strong>de</strong>m do mundo, todavia o conhecimento <strong>de</strong>ssa fragilida<strong>de</strong> falha<br />

em <strong>de</strong>ixar uma profunda impressão em nosso coração, em razão <strong>de</strong><br />

não erguermos nossos olhos acima do mundo. Não é daí que proce<strong>de</strong><br />

a gran<strong>de</strong> estupi<strong>de</strong>z dos homens, ou, seja, embaraçados pelo presente<br />

estado <strong>de</strong> existência continuam nos afazeres da vida como se fossem<br />

viver dois mil anos, só porque não elevam suas concepções acima dos<br />

objetos visíveis? Cada ser humano, quando se compara com outros,<br />

se gaba <strong>de</strong> que viverá por muitos anos. Em suma, os homens são em<br />

extremo obtusos, chegando ao ponto <strong>de</strong> pensarem que trinta anos,<br />

ou ainda um número menor, são, por assim dizer, uma eternida<strong>de</strong>;<br />

tampouco se <strong>de</strong>ixam impressionar com a brevida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua vida, enquanto<br />

este mundo mantiver a posse <strong>de</strong> seus pensamentos. Eis a razão<br />

por que Moisés nos <strong>de</strong>sperta fazendo nossas mentes volver-se para<br />

a eternida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus; e sem tal pon<strong>de</strong>ração não perceberemos quão<br />

<strong>de</strong>pressa se esvai nossa vida. A reflexão <strong>de</strong> que temos uma longa vida<br />

se assemelha a um sono profundo, no qual vivemos todos entorpecidos<br />

até que a meditação sobre a vida celestial <strong>de</strong>svaneça esta estulta<br />

fantasia acerca da extensão <strong>de</strong> nossa permanência na terra.<br />

Visto que os homens estão assim cegos, Moisés põe diante <strong>de</strong><br />

seus olhos Deus como seu Juiz. É como se ele dissesse: Ó Senhor, se<br />

os homens pon<strong>de</strong>rassem <strong>de</strong>vidamente sobre aquela eternida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> tu contemplas esses constantes ciclos do mundo para que não<br />

dêem <strong>de</strong>masiado valor à presente vida. Mas como, em vez <strong>de</strong> seriamente<br />

consi<strong>de</strong>rar qual é a verda<strong>de</strong>ira duração, antes voluntariamente<br />

<strong>de</strong>sviam seus olhos do céu, isso explica por que são tão estúpidos e<br />

avaliam um dia como se fosse mil anos. A apóstrofe <strong>de</strong> Moisés a Deus é<br />

enfática, significando que sua paciência, se exaurindo à vista <strong>de</strong> nossa<br />

obtusida<strong>de</strong>, ele se dirige a Deus; e que não havia propósito algum falar

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