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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 106 • 725<br />

os quais não <strong>de</strong>vem ser estimados pelo padrão ordinário das ações.<br />

Quando Moisés matou o egípcio [Êx 2.12], embora ainda não chamado<br />

por Deus a ser o libertador <strong>de</strong> Israel, e enquanto ainda não se achava<br />

investido com o po<strong>de</strong>r da espada, é certo que ele se viu movido pelo<br />

impulso invisível e interno <strong>de</strong> Deus para executar aquele ato. Finéias<br />

foi movido por um impulso semelhante. Ninguém <strong>de</strong>veras imaginava<br />

que ele estivesse armado com a espada <strong>de</strong> Deus, contudo ele estava<br />

cônscio <strong>de</strong> ser movido por uma influência celestial nesta questão. E<br />

daí ser preciso observar que o modo e a or<strong>de</strong>m comuns <strong>de</strong> vocação<br />

que Deus adota não o impe<strong>de</strong>, sempre que for necessário e oportuno,<br />

incitar seus eleitos, pela influência secreta do Espírito, à realização <strong>de</strong><br />

atos dignos <strong>de</strong> louvor.<br />

Não obstante, uma questão muito difícil ainda permanece: Como<br />

tal ação po<strong>de</strong>ria ser imputada a Finéias para justiça? 26 Paulo prova que<br />

os homens são justificados unicamente por meio da fé, porque está<br />

escrito: “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi contado para justiça” [Rm<br />

4.3]. Em Gênesis 15.6, Moisés emprega a mesma palavra. Se a mesma<br />

coisa po<strong>de</strong> ser dita em referência às obras, o raciocínio <strong>de</strong> Paulo seria<br />

não apenas frágil, mas frívolo. Antes <strong>de</strong> tudo, examinemos se Finéias<br />

foi ou não justificado tão-somente por conta <strong>de</strong>sse ato. Na verda<strong>de</strong> a<br />

lei, ainda que pu<strong>de</strong>sse justificar, <strong>de</strong> modo algum promete salvação em<br />

virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguma obra [humana], mas faz a justificação consistir na<br />

perfeita observância <strong>de</strong> todos os mandamentos. Portanto, resta afirmarmos<br />

que a obra <strong>de</strong> Finéias lhe foi imputada para justiça, do mesmo<br />

modo que Deus imputa as obras dos fiéis a eles para justiça, não em<br />

<strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> algum mérito intrínseco que porventura possuam, mas<br />

26 “E lhe foi contado para justiça. Dr. Hammond observa com proprieda<strong>de</strong> que esta expressão<br />

significa algo mais que justificar, como sendo o oposto <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nar; pois assim <strong>de</strong>notaria a Finéias<br />

não mais que adquirir, o qual certamente não havia cometido nenhuma ofensa; ao contrário, com<br />

esse ato um Deus ofendido ficaria satisfeito. Portanto, ele dá a hqdx o sentido <strong>de</strong> recompensar,<br />

no quê ele é apoiado pela versão Caldaica, a qual traz wkzl, por mérito. Também Mendlessolhn,<br />

em seu Beor a Gênesis 15.6, on<strong>de</strong> esta frase ocorre, <strong>de</strong>signa a hqdx o significado <strong>de</strong> mérito ou<br />

galardão. O galardão, neste caso, apren<strong>de</strong>mos da história, consistia em estabelecer o sacerdócio<br />

em sua família para todo o sempre, como se afirma na próxima porção do versículo [veja-se Nm<br />

25.13].” – Phillips.

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