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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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54 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

14. Eu, porém, esperarei continuamente. Davi uma vez mais, <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> haver obtido a vitória, prepara-se para as ações <strong>de</strong> graças.<br />

Entretanto, não há dúvida <strong>de</strong> que ele, durante o tempo em que os<br />

ímpios ridicularizaram sua simplicida<strong>de</strong>, lutou virilmente mergulhado<br />

em suas ansieda<strong>de</strong>s, como se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>duzir da palavra esperança.<br />

Ainda que, pela aparência externa, não houvesse prospecto algum <strong>de</strong><br />

ver-se livre <strong>de</strong> suas tribulações, e ainda que os ímpios não cessassem<br />

<strong>de</strong> arrogantemente lançar <strong>de</strong>sprezo sobre sua confiança em Deus,<br />

Davi, não obstante, <strong>de</strong>terminou perseverar no exercício da esperança;<br />

ainda quando seja uma genuína prova <strong>de</strong> fé olhar exclusivamente para<br />

a divina promessa a fim <strong>de</strong> ser guiado tão-só por sua luz em meio às<br />

<strong>de</strong>nsas trevas das aflições. A força, pois, da esperança da qual Davi<br />

fala consiste em ser ele avaliado pelos conflitos que naquele tempo<br />

sustentava. Ao dizer: Aumentarei todos teus louvores, ele revela a<br />

confiança com que antecipou um almejado escape <strong>de</strong> suas tribulações.<br />

É como se dissesse: Senhor, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito estou acostumado a receber<br />

teus benefícios, e esse novo acesso a eles, não tenho dúvida, me fornecerá<br />

novo motivo para celebrar tua graça.<br />

15. Minha boca notificará diariamente tua justiça e tua salvação.<br />

Aqui ele expressa mais claramente que gênero <strong>de</strong> sacrifício <strong>de</strong> louvor<br />

ele resolveu apresentar a Deus, prometendo proclamar continuamente<br />

sua justiça e salvação. Tenho tido freqüente ocasião <strong>de</strong> observar que<br />

a justiça <strong>de</strong> Deus não significa aquela proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua natureza pela<br />

qual ele recompensa a justiça <strong>de</strong> cada um, mas a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> que ele<br />

observa em prol <strong>de</strong> seu próprio povo, quando o nutre, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> e livra.<br />

Daí a inestimável consolação que emana <strong>de</strong> saber que sua salvação<br />

é tão inseparavelmente associada com a justiça divina quanto ter a<br />

mesma estabilida<strong>de</strong> com esse atributo divino. A salvação <strong>de</strong> Deus, evi<strong>de</strong>ntemente,<br />

é aqui consi<strong>de</strong>rada no sentido ativo. O salmista conecta<br />

essa salvação com justiça como o efeito com a causa; pois sua confiante<br />

convicção <strong>de</strong> obter a salvação proce<strong>de</strong> tão-somente da reflexão<br />

<strong>de</strong> que Deus é justo e que não po<strong>de</strong> negar-se a si mesmo. Uma vez que<br />

havia sido salvo com muita freqüência e <strong>de</strong> muitas e diversas formas,

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