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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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128 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

longa espera fosse para eles uma aflição tão amarga que gemiam diariamente<br />

sob ela e que um período tão <strong>de</strong>longado lhes parecia como<br />

uma eternida<strong>de</strong>. Quanto aos que foram perseguidos pela cruelda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Antíoco, po<strong>de</strong>riam, não sem razão, queixar-se <strong>de</strong> que a ira <strong>de</strong> Deus<br />

era perpétua, <strong>de</strong>vido a sua falta <strong>de</strong> informação quanto a <strong>de</strong>terminado<br />

tempo <strong>de</strong>finido quando essa perseguição terminaria; especialmente<br />

quando viam a cruelda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus inimigos se avolumando dia após dia<br />

sem qualquer esperança <strong>de</strong> alívio, e que sua condição estava cada vez<br />

mais se tornando <strong>de</strong> mal a pior. Havendo sido antes disso gran<strong>de</strong>mente<br />

reduzidos pelas muitas e <strong>de</strong>sastrosas guerras, as quais seus vizinhos,<br />

um após outro, <strong>de</strong>clararam contra eles, chegaram agora quase à beira<br />

da total <strong>de</strong>struição. É preciso observar que os fiéis, quando perseguidos<br />

pelas nações pagãs, elevavam seus olhos para Deus, como se<br />

todos os males que sofriam fossem infligidos tão-somente por sua<br />

mão. Estavam convencidos <strong>de</strong> que, não fora a ira <strong>de</strong> Deus contra eles,<br />

às nações pagãs não se teria permitido uma tal liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> injuriálos.<br />

Estando persuadidos, pois, <strong>de</strong> que estavam enfrentando não uma<br />

mera oposição da carne e sangue, mas que eram afligidos pelo justo<br />

juízo <strong>de</strong> Deus, dirigem seus pensamentos para a verda<strong>de</strong>ira causa <strong>de</strong><br />

todas suas calamida<strong>de</strong>s, as quais provinham do fato <strong>de</strong> que Deus, sob<br />

cujo favor antigamente viveram uma vida <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong> e felicida<strong>de</strong>,<br />

os renegava e se <strong>de</strong>cidira não mais consi<strong>de</strong>rá-los seu rebanho.<br />

O verbo jnz, zanach, significa rejeitar e <strong>de</strong>testar, e às vezes também<br />

retirar-se alguém a uma certa distância. Não tem importância<br />

alguma em qual <strong>de</strong>sses sentidos é ele aqui tomado. Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar<br />

o equivalente do que se <strong>de</strong>clara como sendo simplesmente isto:<br />

sempre que somos visitados por adversida<strong>de</strong>s, estas não são setas<br />

da fortuna arremessadas contra nós ao acaso, mas os azorragues ou<br />

varas <strong>de</strong> Deus que, em sua secreta e misteriosa providência, prepara<br />

e faz uso para castigar nossos pecados. Abandonar e ira, aqui, <strong>de</strong>vem<br />

referir-se à apreensão ou juízo da carne. Propriamente falando, Deus<br />

não está irado contra seus eleitos, cujas enfermida<strong>de</strong>s ele cura com<br />

aflições como se fossem pura medicina; mas como as disciplinas que

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