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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 106 • 709<br />

[vv. 12-15]<br />

Então eles creram em suas palavras; cantaram seus louvores. Porém cedo<br />

esqueceram suas obras; não atentaram para seu conselho; e foram dominados<br />

pela cobiça no <strong>de</strong>serto e tentaram a Deus no ermo. E ele satisfez seu<br />

<strong>de</strong>sejo; porém enviou magreza a suas almas.<br />

12. Então creram em suas palavras. Ao <strong>de</strong>clarar que creram na palavra<br />

<strong>de</strong> Deus e cantaram seus louvores, o profeta não diz isso em seu<br />

enaltecimento, mas, antes, para aumentar, <strong>de</strong> uma maneira dupla, sua<br />

culpa; porque, sendo convencidos por um testemunho tão indubitável,<br />

contudo instantaneamente reassumiram sua má disposição mental e<br />

começaram a rebelar-se contra Deus, como se jamais tivessem visto<br />

suas obras portentosas. Quão inescusável era aquela impieda<strong>de</strong> que<br />

num instante pu<strong>de</strong>sse esquecer os benefícios extraordinários que se<br />

viram constrangidos a admitir! Sucumbidos pela gran<strong>de</strong>za das obras<br />

<strong>de</strong> Deus, diz ele que se viram compelidos, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong>les mesmos,<br />

a crer em Deus e a dar-lhe glória, e assim a criminalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua rebelião<br />

se <strong>de</strong>senvolveu; porque, ainda que sua obstinação fosse vencida,<br />

não obstante imediatamente reincidiram em seu estado anterior <strong>de</strong><br />

incredulida<strong>de</strong>. Entretanto, surge uma questão, visto que sua fé sempre<br />

correspon<strong>de</strong> à natureza da palavra, e como a palavra é uma semente<br />

incorruptível, e assim suce<strong>de</strong> que quase nunca ela vem a ser totalmente<br />

<strong>de</strong>struída. Mas existe uma fé temporária, como Marcos a chama<br />

[4.7], a qual não é tanto um fruto do Espírito <strong>de</strong> regeneração, mas<br />

uma certa emoção mutável e prontamente se <strong>de</strong>svanece. O que aqui<br />

é enaltecido pelo profeta não é uma fé voluntária, mas, antes, aquilo<br />

que resulta da compulsão, isto é, porque os homens, quer queiram<br />

quer não, movidos por um senso que têm do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, se vêem<br />

constrangidos a <strong>de</strong>monstrar alguma reverência por ele. Esta passagem<br />

<strong>de</strong>ve ser bem pon<strong>de</strong>rada, para que os homens, quando uma vez tiverem<br />

rendido submissão a Deus, não se enganem, porém saibam que a<br />

pedra <strong>de</strong> toque da fé é quando espontaneamente recebem a palavra <strong>de</strong><br />

Deus e continuam firmes e constantes em sua obediência a ela.<br />

Com o fim <strong>de</strong> realçar a inconstância do povo, ele diz cedo esque-

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