31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

642 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

tendência das águas <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>rem assim é contrabalançada pela providência<br />

<strong>de</strong> Deus, para que se suprisse uma habitação para o homem.<br />

Se não admitem que as águas são restringidas pela infalível <strong>de</strong>terminação<br />

<strong>de</strong> Deus, então revelam não só sua <strong>de</strong>pravação e ingratidão, mas<br />

também sua ignorância, e são totalmente bárbaros. O profeta, pois,<br />

não sem razão, reputa entre os milagres <strong>de</strong> Deus aquele que nos seria<br />

totalmente incrível, mesmo que ainda a experiência <strong>de</strong>monstrasse sua<br />

veracida<strong>de</strong>. Na verda<strong>de</strong> nossa vileza ficaria a <strong>de</strong>scoberto se, ensinados<br />

por provas tão indubitáveis, não aprendêssemos que nada no mundo é<br />

estável senão enquanto for sustentado pela mão divina. O mundo não<br />

originou a si próprio; conseqüentemente, toda a or<strong>de</strong>m da natureza <strong>de</strong><br />

nada mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> senão da própria <strong>de</strong>signação divina, por meio da<br />

qual cada elemento tem sua própria proprieda<strong>de</strong> peculiar. Tampouco<br />

<strong>de</strong>ve a linguagem do profeta ser entendida meramente como uma<br />

exortação a que rendamos graças a Deus; ela também visa a fortalecer<br />

nossa confiança com respeito ao futuro, para que não vivamos neste<br />

mundo num estado <strong>de</strong> constante temor e ansieda<strong>de</strong>, como seria o<br />

caso se Deus não testificasse que ele <strong>de</strong>u a terra para a habitação dos<br />

seres humanos. É uma bênção singular que ele nos outorgou, fazendo-<br />

-nos habitar a terra com uma mente tranqüila, nos dando a certeza <strong>de</strong><br />

que a estabeleceu sobre colunas eternas. Embora as cida<strong>de</strong>s amiú<strong>de</strong><br />

pereçam por meio <strong>de</strong> terremotos, todavia o próprio corpo da terra<br />

permanece. Sim, todas as agitações que lhe sobrevêm mais plenamente<br />

nos confirma a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a terra seria tragada num instante,<br />

não fosse ela preservada pelo po<strong>de</strong>r secreto <strong>de</strong> Deus.<br />

6. Ele a cobriu com o abismo como com um manto. Isso po<strong>de</strong> ser<br />

entendido <strong>de</strong> duas maneiras: ou implicando que agora o mar cobre a<br />

terra como um manto, ou que no início, antes <strong>de</strong> Deus com sua onipotente<br />

palavra ter ajuntado as águas num só lugar, a terra era coberta<br />

com um abismo. Mas o sentido mais próprio parece ser que o mar agora<br />

é a cobertura da terra. Na primeira criação, o abismo era não tanto<br />

um manto, mas uma sepultura, visto que nada se assemelha menos<br />

ao adorno <strong>de</strong> vestuário do que o estado <strong>de</strong> confusa <strong>de</strong>solação e caos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!