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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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242 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que o Senhor se <strong>de</strong>spertou contra eles; e outros, como uma referência<br />

a seus inimigos. Se o primeiro sentido for adotado, não precisamos<br />

nutrir qualquer surpresa <strong>de</strong> que os israelitas sejam <strong>de</strong>nominados, no<br />

versículo 66, os inimigos <strong>de</strong> Deus, ainda quando são assim <strong>de</strong>signados<br />

em Isaías 1.24: “Portanto, diz o Senhor, o Senhor dos Exércitos,<br />

o po<strong>de</strong>roso <strong>de</strong> Israel: Ah! tomarei satisfações <strong>de</strong> meus adversários,<br />

e vingar-me-ei <strong>de</strong> meus inimigos.” E assim o significado será que os<br />

israelitas pagaram um alto preço por haver abusado da paciência <strong>de</strong><br />

Deus, tomando alento <strong>de</strong>la para entregar-se a maiores excessos na prática<br />

do pecado; porque, <strong>de</strong>spertando-se subitamente, ele se precipita<br />

sobre eles com uma fúria ainda mais forte. Como, porém, achamos os<br />

profetas extraindo <strong>de</strong> Moisés sua doutrina, e também mo<strong>de</strong>lando sua<br />

língua segundo a <strong>de</strong>le como um padrão, não é menos provável que a<br />

opinião daqueles que enten<strong>de</strong>m este e o versículo seguinte como uma<br />

referência aos filisteus. O profeta aqui parece ter tomado por empréstimo<br />

esta or<strong>de</strong>m 56 do cântico <strong>de</strong> Moisés [Dt 32.27], on<strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>clara<br />

que, enquanto castigava seu próprio povo, ao mesmo tempo não se<br />

esquecia <strong>de</strong> reprimir seus inimigos. Visto ser um provérbio comum ser<br />

incerto o resultado das guerras, se <strong>de</strong>pois que os inimigos das tribos<br />

escolhidas obtiveram a vitória nenhuma mudança lhes ocorreu, não teria<br />

sido tão manifesto que, o que sobreveio a seu próprio povo era um<br />

castigo aplicado por Deus sobre eles. Mas quando Deus, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter<br />

afligido e humilhado os israelitas, fez seus juízos recaírem sobre seus<br />

conquistadores, sem a instrumentalida<strong>de</strong> do homem, além <strong>de</strong> toda expectativa<br />

humana, e contrário ao que acontece no curso ordinário dos<br />

eventos – disto é ainda mais plenamente manifesto que, quando os<br />

israelitas foram <strong>de</strong>itados no pó, era obra <strong>de</strong> Deus que planejasse ele<br />

assim castigá-los. O profeta, contudo, ao mesmo tempo nos dá a enten<strong>de</strong>r<br />

que Deus se viu obrigado, por assim dizer, por necessida<strong>de</strong>, a<br />

castigá-los com ainda maior severida<strong>de</strong>; porque, ao infligir mais tar<strong>de</strong><br />

56 Ou, seja, a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> enumerar primeiramente os juízos infligidos por Deus sobre seu próprio<br />

povo, e então os infligidos sobre seus inimigos.

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