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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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568 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

é tanto a habitação da Deida<strong>de</strong> quanto Deus mesmo se con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>u<br />

em tornar-se terra. Tudo isso é muito plausível, porém é estranho<br />

ao <strong>de</strong>sígnio do profeta que, tencionando fazer distinção entre o culto<br />

legal (que era o único culto que Deus sancionou) e os ritos supersticiosos<br />

dos pagãos, convoca os filhos <strong>de</strong> Abraão a comparecerem no<br />

templo, como se para seu mo<strong>de</strong>lo ali, segundo uma forma espiritual,<br />

fosse cultuar a Deus por ele habitar em sua glória celestial.<br />

Agora que a dispensação com base em sombras passou, creio que<br />

Deus não po<strong>de</strong> ser adorado <strong>de</strong> outra forma senão achegando-nos a ele<br />

diretamente através <strong>de</strong> Cristo, em quem habita toda a plenitu<strong>de</strong> da<br />

Deida<strong>de</strong>. Seria impróprio e absurdo alguém qualificá-lo <strong>de</strong> escabelo.<br />

Pois o profeta fala <strong>de</strong>ssa maneira meramente para mostrar que Deus<br />

não se confina ao templo visível, mas que ele <strong>de</strong>ve ser buscado para<br />

além <strong>de</strong> todos os céus, 6 visto que ele se acha infinitamente acima do<br />

mundo inteiro.<br />

Os frenéticos bispos gregos, no segundo Concílio <strong>de</strong> Nicéia, mui<br />

vergonhosamente perverteram esta passagem, quando tentaram por<br />

meio <strong>de</strong>la provar que Deus quer ser adorado através <strong>de</strong> imagens e<br />

pinturas. A razão 7 que se apresenta para exaltar a Jehovah nosso Deus,<br />

e cultuar ante seu escabelo, contém uma antítese: ele é santo. Pois<br />

o profeta, ao santificar o nome do Deus único, <strong>de</strong>clara que todos os<br />

ídolos dos pagãos são profanos; como se quisesse dizer: ainda que<br />

os pagãos reivindiquem para seus ídolos uma santida<strong>de</strong> imaginária,<br />

eles são, não obstante, meras inutilida<strong>de</strong>s, uma ofensa e abominação.<br />

Alguns traduzem esta sentença assim: pois ele [o escabelo] é santo;<br />

mas à luz do final do Salmo transparecerá que o <strong>de</strong>sígnio do profeta<br />

para este título era distinguir Deus <strong>de</strong> todos os ídolos.<br />

6. Moisés e Arão. O salmista magnifica a graça especial que Deus,<br />

<strong>de</strong> uma maneira mui notável, conce<strong>de</strong> à semente <strong>de</strong> Abraão, que daí<br />

escolheu para si profetas e sacerdotes para que fossem, por assim di-<br />

6 “Comme aussi il est eslevé par <strong>de</strong>ssus tout le mon<strong>de</strong>.” – v.f.<br />

7 “La cause qu’il rend.” v.f. “Causæ redditio.” – v.l.

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