31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 92 • 477<br />

proveitoso por meio do qual um dia fora escolhido para ser ocupado<br />

pelo povo do Senhor na celebração <strong>de</strong> suas obras. É notório, porém,<br />

que esta letra, quando prefixada, é meramente a marca ordinária do<br />

modo infinitivo – e tenho apresentado o significado que é obviamente<br />

simples. É suficientemente óbvia a razão por que o salmista adaptou<br />

este Salmo para o Sábado. Aquele dia não era santo no sentido <strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>votado ao ócio, como se esse pu<strong>de</strong>sse ser um culto aceitável a Deus,<br />

mas no sentido <strong>de</strong> nos afastarmos <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>mais ocupações com<br />

o intuito <strong>de</strong> nos engajarmos na meditação sobre as obras <strong>de</strong> Deus.<br />

Como nossa mente é inconstante, quando nos vemos expostos a várias<br />

distrações, nos inclinamos a afastar-nos <strong>de</strong> Deus. 1 Necessitamos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>svencilhar-nos <strong>de</strong> todas as preocupações caso queiramos seriamente<br />

<strong>de</strong>votar-nos aos louvores <strong>de</strong> Deus. O salmista, pois, nos ensina<br />

que a observação correta do dia do Senhor não implica ócio, como<br />

alguns absurdamente imaginam, mas a celebração do nome divino. O<br />

argumento que ele adiciona é extraído da utilida<strong>de</strong> do serviço, pois<br />

nada é mais estimulante do que saber que nosso labor não é <strong>de</strong>bal<strong>de</strong>,<br />

e que o que fazemos nele se harmoniza com a aprovação divina. No<br />

versículo seguinte ele reporta aos motivos que temos para louvar a<br />

Deus, a saber: é impossível imaginar que Deus nos convoque ao exercício<br />

<strong>de</strong>sse santo serviço sem uma razão plausível, ou simplesmente<br />

em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua gran<strong>de</strong>za e po<strong>de</strong>r; senão que, em memória <strong>de</strong> sua<br />

bonda<strong>de</strong> e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, as quais <strong>de</strong>vem inflamar nossos corações para<br />

tal exercício, se tivermos algum senso e experiência a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong>las.<br />

Ele queria que pon<strong>de</strong>rássemos, ao fazer tal menção, que Deus não só<br />

é digno <strong>de</strong> louvor, mas a nós mesmos nos tornamos culpados <strong>de</strong> ingratidão<br />

e perversida<strong>de</strong> caso o recusemos. Somos os objetos próprios<br />

<strong>de</strong> sua fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e bonda<strong>de</strong>, e indicaria injustificável indiferença caso<br />

elas não inspirassem nossos cordiais louvores. Po<strong>de</strong> parecer uma distinção<br />

estranha a do salmista, ao falar ele <strong>de</strong> anunciarmos a bonda<strong>de</strong><br />

1 “Car selon que nos pensees sont volages, si elles sont distraittes cà et là, elles s’alienent<br />

facilement <strong>de</strong> Dieu.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!