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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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526 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

povos, dizendo: “Pois, que nação há tão gran<strong>de</strong> que tenha <strong>de</strong>uses<br />

tão chegados como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?”<br />

Os escritores inspirados, emprestando com freqüência <strong>de</strong><br />

Moisés, como é bem notório, e do salmista, por meio da expressão<br />

hoje, notificam quão enfaticamente os ju<strong>de</strong>us, ao ouvirem a voz <strong>de</strong><br />

Deus, eram seu povo, pois a prova não estava longe, consistia em<br />

algo que estava presente, bem diante <strong>de</strong> seus olhos. Ele os convida<br />

a reconhecerem a Deus como seu Pastor, visto que ouviam sua voz;<br />

e ela era um exemplo <strong>de</strong> sua graça singular, isto é: ele lhes falava<br />

<strong>de</strong> uma maneira mui con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte e familiar. Alguns tomam o<br />

advérbio como sendo <strong>de</strong> caráter hortativo, e lêem: Gostaria que eles<br />

ouvissem minha voz; porém isso faz violência às palavras. A passagem<br />

flui bem tomada no outro sentido que já lhe atribuímos. Visto<br />

que tinham uma oportunida<strong>de</strong> constante <strong>de</strong> ouvir a voz <strong>de</strong> Deus – já<br />

que ele lhes <strong>de</strong>ra não só uma prova do cuidado que mantinha sobre<br />

eles como Pastor, ou uma prova anual <strong>de</strong>la, mas uma contínua<br />

exemplificação <strong>de</strong>la –, não podia haver dúvida <strong>de</strong> que os ju<strong>de</strong>us<br />

tinham <strong>de</strong> ser seu rebanho eleito.<br />

[vv. 8-11]<br />

Não endureçais vosso coração, como em Meribá, como no dia <strong>de</strong> Massá no<br />

<strong>de</strong>serto. 13 Quando vossos pais me tentaram, me provaram, não obstante<br />

terem visto minha obra. Por quarenta anos 14 lutei por essa geração, e disse:<br />

13 Ou, seja, no <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> Midiã, no qual o povo penetrou <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> passar pelo Mar Vermelho.<br />

Em sua jornada para o Horebe, sua quarta parada foi em Refidim, on<strong>de</strong> se fizeram culpados da<br />

conduta pecaminosa aqui mencionada.<br />

14 Paulo, citando esta passagem em Hebreus 3.9, junta as palavras quarenta anos à parte conclusiva<br />

do versículo prece<strong>de</strong>nte: “Quando vossos pais me tentaram, me provaram, e viram minhas<br />

obras por quarenta anos”; enquanto que, no texto hebraico, e como Calvino as conecta, formam o<br />

início do versículo 10. Mas isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> pontuação dos massoretas, a qual o apóstolo<br />

não seguiu. É <strong>de</strong> pouca importância se as palavras quarenta anos são conectadas com o final<br />

do versículo 9 ou com o início do versículo 10; sendo o sentido em ambos os casos substancialmente<br />

o mesmo. Se os israelitas tentaram a Deus por quarentas anos, ele lutou com eles durante<br />

aquele período; e se ele lutou com eles por tanto tempo, foi porque eles o tentaram. O apóstolo<br />

mostra que uma <strong>de</strong>ssas leituras po<strong>de</strong> ser indiferentemente adotada, quando, no versículo 17 <strong>de</strong>sse<br />

capítulo, em vez <strong>de</strong> falar dos quarenta anos como um espaço <strong>de</strong> tempo durante o qual Deus foi<br />

entristecido por esse povo rebel<strong>de</strong>. “Mas por quem foi ele entristecido por quarenta anos? Não foi<br />

por aqueles que pecaram, cujos cadáveres caíram no <strong>de</strong>serto?”

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