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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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482 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

po<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> sabedoria, que Deus tem exibido na estrutura do universo;<br />

mas o que o salmista tem especialmente em vista é a administração<br />

<strong>de</strong> um freio contra a disposição que nos leva a murmurar contra Deus<br />

quando ele não atenta para nosso plano em sua administração provi<strong>de</strong>ncial.<br />

Quando nenhuma <strong>de</strong>ssas coisas concorda com as concepções<br />

gerais dos homens, <strong>de</strong>vemos contemplá-las com reverência e lembrar<br />

que Deus, para melhor provar nossa obediência, eleva seus profundos<br />

e misteriosos juízos muito acima <strong>de</strong> nossas tacanhas concepções.<br />

6. O insensato não as conhecerá. Isso é acrescentado com proprieda<strong>de</strong><br />

para que saibamos que a falha está em nós mesmos, em não<br />

louvarmos os juízos divinos como <strong>de</strong>vemos. Pois embora o salmista falasse<br />

<strong>de</strong>las como sendo profundas e misteriosas, ele aqui nos informa<br />

que elas seriam discernidas sem dificulda<strong>de</strong> não fosse nossa estupi<strong>de</strong>z<br />

e indiferença. Pelo termo insensato ele quer dizer os incrédulos em<br />

geral, contrastando-os tacitamente com os crentes que são divinamente<br />

iluminados pela Palavra e pelo Espírito. A ignorância e a cegueira<br />

a que ele alu<strong>de</strong> exercem domínio sobre todos sem exceção, cujo entendimento<br />

não foi iluminado pela divina graça. Nossa oração a Deus<br />

<strong>de</strong>ve ser no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>simpedir nossa vista e nos capacitar para a<br />

meditação sobre suas obras. Em suma, o salmista vindica a sabedoria<br />

incompreensível <strong>de</strong> Deus daquele menosprezo que os soberbos amiú<strong>de</strong><br />

lançam contra ela, culpando-os <strong>de</strong> estultícia e <strong>de</strong>mência em agir<br />

<strong>de</strong>ssa maneira; e ele nos <strong>de</strong>sperta daquela insensibilida<strong>de</strong> que é tão<br />

prevalecente para uma <strong>de</strong>vida e séria consi<strong>de</strong>ração das obras misteriosas<br />

<strong>de</strong> Deus.<br />

7. Quando o ímpio florescer como a erva. Ele realça e exprobra,<br />

usando uma figura extraordinária e apropriada, o néscio por imaginar<br />

que o perverso obtém triunfo sobre Deus quando ele parece não conseguir<br />

refreá-los imediatamente. Ele faz uma admissão até aqui: admite<br />

que surgem e florescem, porém acrescenta imediatamente, à guisa <strong>de</strong><br />

condição, que eles florescem como a relva só por um momento, sendo<br />

sua prosperida<strong>de</strong> breve e evanescente. E assim ele remove o que<br />

tinha sido quase um tropeço universal e base <strong>de</strong> escândalo; pois seria

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