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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 102 • 593<br />

corpo estava, por assim dizer, consumido ou <strong>de</strong>sgastado, <strong>de</strong> tal sorte<br />

que seus ossos a<strong>de</strong>riam a sua pele.<br />

6. Tornei-me como um pelicano do <strong>de</strong>serto. Em vez <strong>de</strong> traduzir a<br />

palavra original, pelicano, alguns a traduzem abetouro; e outros, cuco.<br />

O termo hebraico aqui usado para coruja é traduzido pela Septuaginta,<br />

nuktikorax, que significa um morcego. 9 Mas se os próprios ju<strong>de</strong>us nutrem<br />

dúvidas quanto ao tipo <strong>de</strong> aves que estão aqui em pauta, nos<br />

seja suficiente simplesmente saber que neste versículo está em realce<br />

certas aves melancólicas cujo lugar <strong>de</strong> habitação é nos buracos dos<br />

montes e nos <strong>de</strong>sertos, e cujo canto, longe <strong>de</strong> <strong>de</strong>leitoso e suave aos<br />

ouvidos, inspira com terror os que o ouvem. É como se ele dissesse:<br />

Estou afastado da socieda<strong>de</strong> dos homens e me tornei quase como um<br />

animal selvagem da floresta. Embora o povo <strong>de</strong> Deus habitasse numa<br />

região bem cultivada e fértil, todavia todo o país da Caldéia e Assíria<br />

lhes era como um <strong>de</strong>serto, visto que seus corações ainda estavam<br />

vinculados pelos mais fortes laços <strong>de</strong> afeição ao templo e a seu país<br />

natal do qual tinham sido expulsos. A terceira similitu<strong>de</strong>, que é extraída<br />

dos pardais, <strong>de</strong>nota a tristeza oriunda <strong>de</strong> uma profunda inquietu<strong>de</strong><br />

[<strong>de</strong> espírito]. A palavra rwpx, tsippor, significa em geral qualquer tipo<br />

<strong>de</strong> ave; porém não tenho dúvida <strong>de</strong> que ela <strong>de</strong>ve ser, aqui, entendida<br />

como sendo o pardal. Este é <strong>de</strong>scrito como sendo uma ave solitária ou<br />

sozinha, porque se viu <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> seu companheiro; e tão profundamente<br />

afetadas são essas pequenas aves quando se vêem separadas<br />

<strong>de</strong> seus companheiros, que sua tristeza exce<strong>de</strong> quase que a toda e<br />

qualquer dor. 10<br />

9 “La translation Grecque há Nicticorax qaui est Chauvesouris.” – v.f.<br />

10 Embora Calvino se expresse como não tendo dúvida <strong>de</strong> que o que aqui se preten<strong>de</strong> é o<br />

pardal, a maioria dos expositores eminentes nutre uma opinião distinta, afirmando ser difícil conciliar<br />

com a natureza do pardal as idéias da quietu<strong>de</strong> e solidão que o salmista representa como<br />

sendo a característica da ave a que ele compara. O pardal não é uma ave monótona e solitária que<br />

vive no topo das casas, nem tão tímida que se encafurne nos cantos para escon<strong>de</strong>r-se e passar a<br />

maior parte da noite em insone ansieda<strong>de</strong>. Ele é gregário, comumente encontrado chilreando e<br />

voejando em grupos, criatura barulhenta que constrói seus ninhos nas habitações humanas. Cada<br />

parte da <strong>de</strong>scrição leva à suposição <strong>de</strong> que alguma ave noturna é que está aqui subentendida, a<br />

qual instintivamente o<strong>de</strong>ia a luz e só sai <strong>de</strong> seu escon<strong>de</strong>rijo quando as sombras da noite <strong>de</strong>scem

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