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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 80 • 269<br />

Os israelitas, pois, são admoestados a retornar a seu estado original,<br />

caso quisessem esperar que Deus se lhes manifestasse graciosamente.<br />

Além disso, pelo título que aqui se atribui a Deus há expresso seu<br />

maravilhoso amor para com os homens ao humilhar-se e, por assim<br />

dizer, rebaixar-se a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>scer a seu nível e escolher para si uma<br />

se<strong>de</strong> e habitação na terra, para que pu<strong>de</strong>sse residir no meio <strong>de</strong>les.<br />

Propriamente falando, não se po<strong>de</strong> dizer que Deus se assenta; nem se<br />

<strong>de</strong>ve supor que lhe seja possível, ele, a quem o céu dos céus não po<strong>de</strong><br />

conter, ser encerrado num <strong>de</strong>terminado lugar [1Rs 8.27]. Mas, à guisa<br />

<strong>de</strong> acomodação à <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> dos homens, ele é representado como assentado<br />

entre os querubins, para que os fiéis não o imaginassem como<br />

estando longe <strong>de</strong>les; e, conseqüentemente, eles se sentiram tomados<br />

<strong>de</strong> dúvidas e apreensões ao aproximar-se <strong>de</strong>le. Ao mesmo tempo, a observação<br />

que fiz previamente <strong>de</strong>ve ser mantida em mente, a saber: que<br />

os israelitas são aqui munidos com uma regra que os capacitasse a<br />

orar <strong>de</strong> uma maneira correta, para que fossem <strong>de</strong>sviados do culto oferecido<br />

ao <strong>de</strong>us que fabricaram e estabeleceram para si em Dã e Betel;<br />

e para que, rejeitando todas as superstições, pu<strong>de</strong>ssem entregar-se<br />

para que fossem guiados pela verda<strong>de</strong>ira luz da fé e pu<strong>de</strong>ssem seguir<br />

a Palavra <strong>de</strong> Deus.<br />

3. Faz-nos voltar novamente, ó Deus! O significado <strong>de</strong>sta oração<br />

é este: Restaura-nos a nossa primeira condição. Haviam rogado, no<br />

versículo prece<strong>de</strong>nte, que Deus renovasse sua força diante <strong>de</strong> Efraim e<br />

Manassés; e agora se queixam <strong>de</strong> que não passavam <strong>de</strong> proscritos enquanto<br />

Deus não os socorresse e remediasse sua miserável dispersão.<br />

Alguns enten<strong>de</strong>m as palavras faz-nos voltar novamente como uma referência<br />

a uma maneira diferenciada; ou, seja, como uma oração para<br />

que Deus lhes conce<strong>de</strong>sse o espírito <strong>de</strong> regeneração. Mas sendo tal<br />

interpretação refinada <strong>de</strong>mais, será melhor a<strong>de</strong>rir ao primeiro sentido,<br />

a saber: consi<strong>de</strong>rar a expressão no sentido em que os fiéis, sob<br />

a adversida<strong>de</strong> com que eram afligidos, recorreram a Deus, cuja obra<br />

peculiar é restaurar os mortos à vida. Reconhecem, <strong>de</strong> um lado, que<br />

todas suas misérias tinham que ser ligadas a isto, como sua causa:

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