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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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628 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

pecados. A forma <strong>de</strong> expressão equivale dizer que a misericórdia <strong>de</strong><br />

Deus para conosco é infinita. Com respeito à palavra rbg, gabar, é <strong>de</strong><br />

pouca importância se ela é tomada num sentido neutro ou transitivo,<br />

segundo a nota na margem; pois, em ambos os sentidos, a imensurabilida<strong>de</strong><br />

da mercê divina é comparada à vasta extensão do mundo.<br />

Como a misericórdia <strong>de</strong> Deus não po<strong>de</strong>ria alcançar-nos, a menos que<br />

o obstáculo <strong>de</strong> nossa culpa fosse removido, acrescenta-se imediatamente<br />

[v. 12] que Deus remove nossos pecados e os lança para longe<br />

<strong>de</strong> nós, como está distante o oriente do oci<strong>de</strong>nte. O equivalente é que a<br />

misericórdia <strong>de</strong> Deus é <strong>de</strong>rramada sobre os fiéis <strong>de</strong> forma muito ampla,<br />

segundo a magnitu<strong>de</strong> do mundo; e que, para a remoção <strong>de</strong> todo<br />

impedimento <strong>de</strong> seu curso, seus pecados são completamente apagados.<br />

O salmista confirma o que acabo <strong>de</strong> afirmar, isto é, que ele não<br />

trata, em termos gerais, do que Deus é em relação ao mundo todo, mas<br />

do caráter no qual ele se manifesta em relação aos fiéis. Do que também<br />

se faz evi<strong>de</strong>nte que ele aqui não fala da misericórdia por meio da<br />

qual Deus a princípio nos reconcilia consigo, mas daquela com a qual<br />

continuamente segue aqueles a quem ele tem abraçado com seu amor<br />

paternal. Há um tipo <strong>de</strong> misericórdia por meio do qual ele nos restaura<br />

da morte à vida, ainda que lhes sejamos estranhos; e outro por meio<br />

do qual ele sustenta a vida restaurada; pois essa bênção doravante<br />

seria perdida se ele não a confirmasse em nós pelo perdão diário <strong>de</strong><br />

nossos pecados. Do que também <strong>de</strong>duzimos quão clamorosamente os<br />

papistas brincam imaginando que a remissão gratuita dos pecados é<br />

concedida apenas uma vez, e que <strong>de</strong>pois a justiça é adquirida ou retida<br />

pelo mérito das boas obras, e que toda e qualquer culpa que contraímos<br />

é removida por meio <strong>de</strong> satisfações. Aqui Davi não limita a uma<br />

fração <strong>de</strong> tempo a misericórdia por meio da qual Deus nos reconcilia<br />

consigo, não nos imputando nossos pecados, mas a esten<strong>de</strong> até ao término<br />

da vida. Não menos po<strong>de</strong>roso é o argumento que esta passagem<br />

nos fornece em refutação dos fanáticos que fascinam a si mesmos e a<br />

outros com uma fútil opinião <strong>de</strong> que obtiveram a justiça perfeita, <strong>de</strong><br />

modo que não mais necessitam <strong>de</strong> perdão.

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