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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 104 • 643<br />

informe em que a terra então existia. Conseqüentemente, em minha<br />

opinião, há aqui celebrado aquele maravilhoso arranjo por meio do<br />

qual o abismo, ainda que sem forma, todavia é a vestimenta da terra.<br />

Mas, como o contexto parece conduzir a um prisma diferente, os intérpretes<br />

se inclinam antes a explicar a linguagem neste sentido: Que a<br />

terra foi coberta com o abismo antes que as águas fossem reunidas em<br />

um lugar separado. Esta dificulda<strong>de</strong>, contudo, é facilmente resolvida<br />

se as palavras do profeta, As águas pairam acima dos montes, forem<br />

transformadas no modo potencial, assim: As águas <strong>de</strong>vem ficar acima<br />

dos montes; o que é suficientemente justificado pelo uso da linguagem<br />

hebraica. Aliás, não tenho dúvida <strong>de</strong> que o profeta, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> dizer<br />

que Deus vestiu a terra com águas, acrescenta, à guisa <strong>de</strong> exposição,<br />

que as águas estariam acima dos montes não fosse o fato <strong>de</strong> elas fugirem<br />

à repreensão divina. Don<strong>de</strong> provém que os montes se elevam e<br />

que os vales se afundam, senão porque limites foram postos às águas<br />

para que não voltem a cobrir a terra? A passagem, pois, é óbvia e po<strong>de</strong>ria<br />

com proprieda<strong>de</strong> ser entendida assim: o mar, embora seja um<br />

po<strong>de</strong>roso abismo que enche <strong>de</strong> terror por sua vastidão, é contudo uma<br />

bela vestimenta para a terra. Eis a razão da metáfora: a superfície da<br />

terra permanece <strong>de</strong>scoberta. O profeta afirma que isso não acontece<br />

por acaso; pois se a providência <strong>de</strong> Deus não restringisse as águas,<br />

imediatamente não voltariam elas a cobrir toda a terra? Ele, pois, fala<br />

sabiamente quando insiste que a aparência <strong>de</strong> qualquer parte da superfície<br />

da terra não é o efeito da natureza, mas é um evi<strong>de</strong>nte milagre.<br />

Fosse Deus dar ré<strong>de</strong>as soltas ao mar, e as águas <strong>de</strong> repente cobririam<br />

os montes. Agora, porém, fugindo à repreensão divina, se amontoam<br />

em seu <strong>de</strong>vido lugar.<br />

Por a repreensão <strong>de</strong> Deus e a voz <strong>de</strong> seu trovão significa a terrível<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Deus, pela qual ele restringe o violento fragor do mar.<br />

Embora no princípio, tão-somente por sua palavra, ele confinasse o<br />

mar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados limites e continua até o presente a mantê-lo<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>les, todavia, se consi<strong>de</strong>rarmos quão tumultuosamente<br />

seus vagalhões o fazem espumar quando ele se agita, não é sem razão

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