31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

508 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

sujeitos, é que por fim sejamos conduzidos a um bendito repouso<br />

<strong>de</strong>pois que nossos inimigos tiverem chegado a seus extremos.<br />

Ele po<strong>de</strong>ria contentar-se em dizer que realmente bem-aventurados<br />

eram aqueles que haviam aprendido da Palavra <strong>de</strong> Deus a suportar<br />

a cruz com paciência; porém, com o fim <strong>de</strong> levá-los a se sentirem<br />

mais prontamente inclinados a uma alegre aquiescência das disposições<br />

divinas, ele juntou uma afirmação daquela consolação que<br />

visa a mitigar a tristeza <strong>de</strong> seu espírito. Supondo ainda que um<br />

homem <strong>de</strong>va suportar suas provações sem uma lágrima e sem um<br />

gemido, todavia, caso ele morda o freio em sombria infelicida<strong>de</strong><br />

– caso ele apenas se valha <strong>de</strong> princípios como estes: “Somos criaturas<br />

mortais”, “É <strong>de</strong>bal<strong>de</strong> resistir a necessida<strong>de</strong> e lutar contra o<br />

acaso”, “O <strong>de</strong>stino é cego” –, isso equivale a obstinação, e não a paciência,<br />

e há uma oposição secreta contra Deus nessa indiferença<br />

às calamida<strong>de</strong>s sob o pretexto <strong>de</strong> coragem. A única consi<strong>de</strong>ração<br />

que manterá nossa mente em dócil submissão é que Deus, ao sujeitar-nos<br />

às perseguições, tem em vista levar-nos ao <strong>de</strong>sfruto <strong>de</strong> um<br />

real <strong>de</strong>scanso. On<strong>de</strong> quer que reine tal persuasão <strong>de</strong> um <strong>de</strong>scanso<br />

preparado para o povo <strong>de</strong> Deus e o oferecimento <strong>de</strong> um refrigério<br />

ao calor e agitação <strong>de</strong> seus problemas, para que não pereçam com<br />

o mundo que os ro<strong>de</strong>ia – isso bastará para provar sobejamente que<br />

serão aliviados <strong>de</strong> qualquer amargura proveniente <strong>de</strong> sua presente<br />

aflição.<br />

Por dias maus, ou dias do mal, o salmista po<strong>de</strong>ria tem em mente a<br />

eterna <strong>de</strong>struição que aguarda os ímpios, a quem Deus poupou por um<br />

certo intervalo. Ou suas palavras po<strong>de</strong>m ser explicadas no sentido em<br />

que bem-aventurada é a pessoa que apren<strong>de</strong>u a manter-se tranqüila<br />

nas provações. O <strong>de</strong>scanso pretendido seria, pois, aquele <strong>de</strong> um tipo<br />

interior, usufruído pelo crente mesmo durante as tormentas da adversida<strong>de</strong>;<br />

e o escopo da passagem seria que a pessoa verda<strong>de</strong>iramente<br />

feliz é aquela que até então tem tirado proveito da Palavra <strong>de</strong> Deus<br />

para sustentar os assaltos dos males provindos <strong>de</strong> fora, com paz e<br />

serenida<strong>de</strong>.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!