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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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624 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ele tem sua atenção voltada principalmente para ela; significando<br />

sua linguagem que a justiça <strong>de</strong> Deus era claramente <strong>de</strong>monstrada e<br />

vista na história do povo eleito, a quem ele adotara e com quem entrara<br />

em aliança. Lemos que Deus fizera seus caminhos conhecidos<br />

primeiramente a Moisés, que foi servo e mensageiro, e mais tar<strong>de</strong><br />

a todo o povo. Moisés é aqui representado como investido com o<br />

ofício para o qual fora divinamente <strong>de</strong>signado; pois a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Deus era que o mesmo se tornasse conhecido ao povo pela mão e<br />

operação <strong>de</strong>sse homem tão eminente. Os caminhos, pois, e os feitos<br />

<strong>de</strong> Deus, são sua manifestação com miraculoso po<strong>de</strong>r no livramento<br />

do povo, seu ato <strong>de</strong> guiá-lo pelo Mar Vermelho e <strong>de</strong> manifestar sua<br />

presença com eles por meio <strong>de</strong> muitos sinais e milagres. Mas visto<br />

que tudo isso emanava do soberano pacto, Davi os exorta a que fossem<br />

seu povo peculiar, iluminando suas mentes com as verda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

sua lei. Sendo o homem, sem o conhecimento <strong>de</strong> Deus, o mais miserável<br />

objeto que se po<strong>de</strong> imaginar, a <strong>de</strong>scoberta que mais aprouve a<br />

Deus nos fazer em sua Palavra, <strong>de</strong> seu paternal amor, é um tesouro<br />

incomparável da perfeita felicida<strong>de</strong>.<br />

8. Jehovah é misericordioso e gracioso. Tudo indica que aqui<br />

Davi está fazendo alusão à exclamação <strong>de</strong> Moisés, registrada em<br />

Êxodo 34.6, on<strong>de</strong> a natureza <strong>de</strong> Deus, revelada <strong>de</strong> uma forma extraordinária,<br />

é mais claramente <strong>de</strong>scrita do que em outros lugares. Quando<br />

a Moisés foi permitido ter uma visão mais próxima da glória divina<br />

do que comumente se alcançava, ele exclamou ante a contemplação<br />

<strong>de</strong>la: “Ó Deus misericordioso e gracioso, que perdoa a iniqüida<strong>de</strong>, tardio<br />

em irar-se e rico em bonda<strong>de</strong>.” Portanto, como ele compreen<strong>de</strong>u<br />

resumidamente nessa passagem tudo quanto nos é importante saber<br />

concernente ao caráter divino, Davi ditosamente aplica esses termos,<br />

por meio dos quais Deus é ali <strong>de</strong>scrito, segundo seu presente propósito.<br />

Seu <strong>de</strong>sígnio é atribuir inteiramente à bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus o fato<br />

<strong>de</strong> que os israelitas, que por sua própria perversida<strong>de</strong> per<strong>de</strong>ra <strong>de</strong><br />

tempo em tempo sua relação com ele, como seu povo adotivo, não<br />

obstante continuava nessa relação. Além disso, <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r,

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