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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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390 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

enfaticamente para mostrar que sua angústia era tão profunda e<br />

esmagadora que era suficiente para fulminar o homem mais forte.<br />

5. Livre entre os mortos, como o morto que jaz no sepulcro. A intenção<br />

do profeta é expressar algo mais aflitivo e grave do que a morte<br />

comum. Primeiro ele diz que era livre entre os mortos, porque se tornara<br />

inapto para todas as ativida<strong>de</strong>s que envolvem a vida humana, e, por<br />

assim dizer, cortado do mundo. A interpretação sutil <strong>de</strong> Agostinho, <strong>de</strong><br />

que Cristo é aqui <strong>de</strong>scrito, e que se diz estar livre entre os mortos, porque<br />

ele obteve a vitória sobre a morte por um privilégio especial, para<br />

que a mesma não mais tivesse domínio sobre ele, não tem conexão<br />

com o significado da passagem. 6 O profeta <strong>de</strong>ve antes ser interpretado<br />

como afirmando que, tendo concluído o curso <strong>de</strong>sta presente vida, sua<br />

mente se tornou <strong>de</strong>svencilhada <strong>de</strong> toda solicitu<strong>de</strong> mundana; privando-<br />

-o suas aflições <strong>de</strong> todo sentimento. 7 Em seguida, comparando-se com<br />

os que foram feridos, ele <strong>de</strong>plora sua condição como sendo pior do que<br />

se, <strong>de</strong>bilitado pelas calamida<strong>de</strong>s, estivesse <strong>de</strong>scendo à morte pouco a<br />

pouco; pois somos naturalmente inspirados com horror ante o prospecto<br />

<strong>de</strong> uma morte violenta.<br />

O que acrescenta, dizendo que está abandonado por Deus e<br />

cortado <strong>de</strong> suas mãos, ou <strong>de</strong>sprotegido, é aparentemente abrupto e<br />

impróprio, visto ser indubitável que os mortos não estão menos sob a<br />

6 “Livre entre os mortos – inter mortuos liber”, diz o Dr. Adam Clarke, “tem sido aplicado pelos<br />

Pais à morte voluntária <strong>de</strong> nosso Senhor: todos os <strong>de</strong>mais foram obrigados a morrer. Somente<br />

ele renunciou sua vida e a pô<strong>de</strong> tomar novamente [Jo 10.18]. Ele entrou na sepultura e saiu <strong>de</strong>la<br />

quando quis. Os mortos estão presos na sepultura. Ele era livre, e não obrigado a continuar nesse<br />

estado como estavam.”<br />

7 Supõe-se que este versículo contenha uma referência à condição do leproso sob a lei, o qual<br />

se assemelhava estreitamente com o quadro aqui retratado. y?pj, chophshi, <strong>de</strong> ?pj, chophash,<br />

“ser livre”, diz Hammond (“em oposição à servidão”), manumitted, estar em liberda<strong>de</strong>. O uso<br />

<strong>de</strong>sta palavra po<strong>de</strong> mais geralmente ser tomado <strong>de</strong> 2 Crônicas 26.21, on<strong>de</strong> se diz <strong>de</strong> Uzias, sendo<br />

leproso, que habitava, ty?pjh tyb, numa casa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, pois fora cortado da casa do Senhor. O<br />

significado é que, segundo o costume dos leprosos, ele foi excluído do templo e habitava,

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