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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 103 • 625<br />

em geral, que o verda<strong>de</strong>iro conhecimento <strong>de</strong> Deus correspon<strong>de</strong> ao<br />

que a fé <strong>de</strong>scobre na Palavra escrita; pois sua vonta<strong>de</strong> é que não façamos<br />

inquirições acerca <strong>de</strong> sua essência secreta, exceto até on<strong>de</strong><br />

ele queira que o conheçamos, ponto esse digno <strong>de</strong> nossa especial<br />

observação. Vemos que, sempre que Deus é mencionado, as mentes<br />

humanas se <strong>de</strong>ixam perversamente arrebatar por frias especulações<br />

e a fixar sua atenção em coisas que nenhum proveito lhes trazem; enquanto<br />

que, nesse ínterim, negligenciam aquelas manifestações das<br />

perfeições divinas que satisfazem nossos olhos e que propiciam um<br />

vívido reflexo <strong>de</strong> seu caráter. De todos os temas a que os homens aplicam<br />

sua mente, nenhum há do qual <strong>de</strong>rivam maior vantagem do que<br />

aquele da contínua meditação em sua sabedoria, bonda<strong>de</strong>, justiça e<br />

misericórdia; e especialmente o conhecimento <strong>de</strong> sua bonda<strong>de</strong> que<br />

se a<strong>de</strong>qua tanto a edificar nossa vida quanto a ilustrar seus louvores.<br />

Conseqüentemente Paulo, em Efésios 3.18, <strong>de</strong>clara que nossa altura,<br />

largura, comprimento e profundida<strong>de</strong> consistem em conhecermos as<br />

insondáveis riquezas da graça, as quais se nos manifestam em Cristo.<br />

Esta é também a razão por que Davi, copiando <strong>de</strong> Moisés, magnifica,<br />

pelo uso <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> termos, a misericórdia <strong>de</strong> Deus. Em<br />

primeiro lugar, que nossa mais grave falha é aquela diabólica arrogância<br />

que rouba a Deus <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>vido louvor; a qual, não obstante,<br />

se acha tão profundamente arraigada em nós, que não po<strong>de</strong> ser facilmente<br />

erradicada. Levante-se Deus e transforme em nada a presunção<br />

da carne que ousa subir ao céu; <strong>de</strong>clare ele em termos sublimes sua<br />

própria misericórdia, a qual é o único elemento que nos faz permanecer<br />

diante <strong>de</strong>le. Além disso, quando <strong>de</strong>víamos confiar na graça <strong>de</strong><br />

Deus, nossa mente treme ou vacila, e nada achamos mais difícil do<br />

que reconhecer que ele nos é misericordioso. Davi, para satisfazer e<br />

vencer esse duvidoso estado mental, segundo o exemplo <strong>de</strong> Moisés,<br />

emprega tais sinônimos: primeiro, que Deus é misericordioso; segundo,<br />

que ele é gracioso; terceiro, que ele paciente e compassivamente<br />

suporta os pecados dos homens; e, finalmente, que ele é rico em misericórdia<br />

e bonda<strong>de</strong>.

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