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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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420 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

infinita misericórdia, nos perdoasse, não ficaria um único artigo <strong>de</strong> sua<br />

aliança a permanecer <strong>de</strong> pé. Deus, portanto, vendo que não po<strong>de</strong>ria ser<br />

<strong>de</strong> outra forma, senão que a posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Davi, no que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>sse<br />

<strong>de</strong>la, amiú<strong>de</strong> apostataria do pacto, movida por sua própria fraqueza,<br />

provi<strong>de</strong>nciou um remédio para tais casos, em sua graça perdoadora.<br />

Além do mais, visto ser proveitoso aos homens sujeitarem-se<br />

eles à correção divina, ele não promete que lhes permitiria que escapassem<br />

impunes, o que equivaleria encorajá-los em seus pecados;<br />

porém promete que, em seus castigos, ele exerceria uma mo<strong>de</strong>ração<br />

paternal, e não executaria vingança sobre eles na plena medida do que<br />

merecem seus pecados. É preciso observar também que ele promete<br />

perdão, não só pelas ofensas leves, mas também pelos pecados gran<strong>de</strong>s<br />

e graves. Não é sem motivo que ele use estas formas <strong>de</strong> expressão:<br />

abandonar sua lei, violar seus estatutos, não andar em seus juízos<br />

e não guardar seus mandamentos. Nem é sem motivo que ele use a<br />

palavra transgressão, ou perfídia, e iniqüida<strong>de</strong>. Vemos, pois, que a paciência<br />

e clemência <strong>de</strong> Deus, por meio das quais ele reconcilia consigo<br />

a posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Davi, se esten<strong>de</strong> até mesmo aos pecados da mais<br />

hedionda e grave <strong>de</strong>scrição.<br />

Esta passagem nos ensina que, quando Deus adota seres humanos<br />

em sua família, eles não são, doravante, alienados da carne com suas<br />

corrupções, como é <strong>de</strong>fendido por alguns entusiastas que sonham<br />

que, tão logo somos enxertados no corpo <strong>de</strong> Cristo, toda e qualquer<br />

corrupção que se encontrava em nós é <strong>de</strong>struída. Tomara Deus fizesse<br />

com que pudéssemos, todos, num piscar <strong>de</strong> olhos mudar nossa natureza<br />

e assim exibir aquela perfeição angélica que os tais <strong>de</strong>mandam!<br />

Mas, como é plenamente evi<strong>de</strong>nte, estamos longe <strong>de</strong> tal obtenção; enquanto<br />

levarmos conosco este tabernáculo <strong>de</strong> carne, <strong>de</strong>mos a<strong>de</strong>us a<br />

essa ficção diabólica, recorrendo todos nós ao santuário do perdão, o<br />

qual está em todo tempo aberto para nós. Deus, inquestionavelmente,<br />

está falando da família <strong>de</strong> sua Igreja; e contudo se acha <strong>de</strong>clarado, com<br />

suficiente clareza, na promessa que ele faz <strong>de</strong> perdoar suas ofensas,<br />

que transgredirão e se farão culpados <strong>de</strong> revoltar-se contra ele.

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