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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 90 • 445<br />

mesma. Po<strong>de</strong> haver também aqui um contraste entre ele e todos os<br />

falsos <strong>de</strong>uses dos pagãos, os quais têm, pouco a pouco, se introduzido<br />

no mundo em número mui vasto, através dos erros e estultícia dos<br />

homens. Mas já <strong>de</strong>monstramos o objetivo que Moisés tinha em vista,<br />

ou, seja, que nos equivocamos se medirmos Deus por nossa própria<br />

compreensão; e que temos <strong>de</strong> ascen<strong>de</strong>r acima da terra, sim, até mesmo<br />

acima do próprio céu, sempre que pensarmos nele.<br />

[vv. 3-8]<br />

Tu reduzes o homem à <strong>de</strong>struição, e dizes: Tornai-vos, filhos dos homens.<br />

Porque mil anos são a teus olhos como [o dia <strong>de</strong>] ontem que se foi, e como<br />

a vigília da noite. Tu os levas como um dilúvio, são como um sono; <strong>de</strong><br />

manhã são como a erva que cresce. De madrugada ela floresce e cresce; à<br />

tar<strong>de</strong>, corta-se e seca. Pois somos consumidos por tua ira, e por tua indignação<br />

somos angustiados. Tu puseste nossas iniqüida<strong>de</strong>s diante <strong>de</strong> ti, e<br />

nossos pecados secretos à luz <strong>de</strong> teu semblante.<br />

3. Tu reduzes o homem à <strong>de</strong>struição. Moisés, em primeiro lugar,<br />

faz menção <strong>de</strong> quão débil e transitória é a vida do homem e <strong>de</strong>plora<br />

suas misérias. Isso ele faz, não com o propósito <strong>de</strong> questionar com<br />

Deus, mas como um argumento que visa a induzi-lo a mais prontamente<br />

exercer sua misericórdia, ainda quando por toda parte se diz<br />

perdoar ele os homens mortais, quando consi<strong>de</strong>ra <strong>de</strong> que são feitos, e<br />

lembra que não passam <strong>de</strong> pó e relva [Sl 103.14]. Ele compara o curso<br />

<strong>de</strong> nossa vida a um anel ou círculo, porque Deus, pondo-nos sobre a<br />

terra, nos faz volver para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> círculo estreito, e quando tivermos<br />

alcançado o ponto final, num instante nos arrastará <strong>de</strong> volta para seu<br />

interior. Outros apresentam uma interpretação diferente, a saber: que<br />

Deus conduz os homens à morte e <strong>de</strong>pois os restaura na ressurreição.<br />

Mas tal sutileza é forçada <strong>de</strong>mais, e não se harmoniza com o contexto.<br />

Temos aqui estabelecida uma <strong>de</strong>finição simples <strong>de</strong> nossa vida, a qual<br />

é, por assim dizer, uma breve revolução na qual rapidamente completamos<br />

nosso ciclo, cujo último ponto é o término <strong>de</strong> nossa trajetória<br />

terrena. Este relato da vida humana põe numa luz mais clara a graciosa<br />

maneira na qual Deus lida com seus servos, adotando-os para

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