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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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256 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

5. Até quando, ó Jehovah? Acaso te indignarás para sempre?<br />

Já observei que essas duas expressões, até quando e para sempre,<br />

quando juntas, <strong>de</strong>notam a continuação extensa e ininterrupta <strong>de</strong><br />

calamida<strong>de</strong>s; e que não há indício, quando se olha para o futuro, <strong>de</strong><br />

que venham chegar ao término. Po<strong>de</strong>mos, pois, concluir que esta<br />

queixa não foi redigida <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um ou dois meses <strong>de</strong>pois da perseguição<br />

inicial contra a Igreja, mas no tempo em que os corações<br />

dos fiéis estavam quase totalmente alquebrados pelo cansaço produzido<br />

pelo sofrimento prolongado. Aqui confessam que o gran<strong>de</strong><br />

acúmulo <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s com que se viam esmagados tem <strong>de</strong> ser<br />

atribuído à ira <strong>de</strong> Deus. Estando plenamente persuadidos <strong>de</strong> que os<br />

ímpios, o que quer que tramassem, não po<strong>de</strong>m infligir o mal a não<br />

ser que Deus lhes permita que o façam – daqui, o que consi<strong>de</strong>ram<br />

como indubitavelmente um princípio, concluem imediatamente<br />

que, quando ele permite uma ação tão ampla a seus inimigos pagãos<br />

para os perseguir, sua ira é gran<strong>de</strong>mente provocada. Eles tampouco,<br />

sem essa persuasão, buscam a Deus na esperança <strong>de</strong> que ele lhes<br />

estenda sua mão para salvá-los; porque é obra <strong>de</strong>le dar-lhes ré<strong>de</strong>as<br />

soltas para <strong>de</strong>pois puxar o freio. Sempre que Deus nos visita com<br />

a vara, e nossa própria consciência nos acusa, especialmente nos<br />

fica bem olhar para sua mão. Aqui seu antigo povo não o acusa por<br />

estar injustamente aborrecido, porém reconhece a justiça do castigo<br />

aplicado a eles. Deus sempre achará em seus servos motivos<br />

justos para discipliná-los. Entretanto, ele com freqüência, no exercício<br />

<strong>de</strong> sua mercê, perdoa seus pecados e os exercita com a cruz<br />

com outro propósito, e não para testificar <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sprazer contra<br />

seus pecados, assim como foi <strong>de</strong> sua vonta<strong>de</strong> provar a paciência<br />

<strong>de</strong> Jó, e também se dignou em chamar os mártires para uma luta<br />

honrosa. Aqui, porém, o povo, <strong>de</strong> sua livre vonta<strong>de</strong>, convocando-se<br />

a si mesmo para comparecer diante do tribunal divino, atribui as<br />

calamida<strong>de</strong>s que ora suportava a seus próprios pecados, como sendo<br />

a causa real. Daí po<strong>de</strong>rmos, com probabilida<strong>de</strong>, conjeturar que<br />

este Salmo foi composto durante o tempo do cativeiro babilônico.

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