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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 102 • 613<br />

céus têm existido, nem seu belo adorno, os isentará <strong>de</strong> perecer. O que,<br />

pois, será <strong>de</strong> nós, pobres mortais, que morremos quando mal acabamos<br />

<strong>de</strong> nascer? Porque não há parte <strong>de</strong> nossa vida que não se apresse<br />

velozmente para a morte.<br />

Entretanto, nem todos os intérpretes explicam no mesmo sentido<br />

estas palavras: Os céus perecerão. Alguns as enten<strong>de</strong>m como<br />

que expressando simplesmente a mudança que experimentarão, a<br />

qual será uma espécie <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição; pois embora não serão reduzidos<br />

a nada, todavia tal mudança <strong>de</strong> sua natureza, como se po<strong>de</strong><br />

qualificar, <strong>de</strong>struirá o que é mortal e corruptível neles, <strong>de</strong> modo a<br />

se tornarem, <strong>de</strong> certa forma, céus diferentes e novos. Outros explicam<br />

as palavras condicionalmente, e fazem o suplemento: “Se<br />

assim for do agrado <strong>de</strong> Deus”, consi<strong>de</strong>rando como algo absurdo<br />

dizer que os céus estão sujeitos à corrupção. Mas, primeiramente<br />

não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> introduzir tais palavras suplementares, as<br />

quais obscurecem o sentido, em vez <strong>de</strong> torná-lo mais claro. Em segundo<br />

lugar, esses expositores impropriamente atribuem aos céus<br />

um estado imperecível, do qual Paulo <strong>de</strong>clara que “gemem e sofrem<br />

as dores do parto”, como a terra e <strong>de</strong>mais criaturas, até o dia<br />

da re<strong>de</strong>nção [Rm 8.22], porque estão sujeitos à corrupção; aliás,<br />

não voluntariamente, nem em sua própria natureza, mas porque o<br />

homem, ao precipitar-se <strong>de</strong> ponta cabeça na <strong>de</strong>struição, arrastou<br />

o mundo inteiro a uma participação da mesma ruína. Duas coisas<br />

<strong>de</strong>vem estar aqui em pauta: primeiro, que os céus estão realmente<br />

sujeitos à corrupção em <strong>de</strong>corrência da queda do homem; e, segundo,<br />

que serão tão renovados ao ponto <strong>de</strong> justificar o profeta quando<br />

diz que perecerão; pois tal renovação será tão completa que eles<br />

não serão os mesmos, mas outros céus. Equivale dizer que, para<br />

todo lado que volvamos nossos olhos, nada vemos senão motivo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sespero enquanto não formos para Deus. O que há em nós senão<br />

podridão e corrupção? E o que mais somos nós senão um espelho<br />

da morte? Além disso, quais são as mudanças que o mundo inteiro<br />

experimenta senão um tipo <strong>de</strong> presságio? sim, um prelúdio <strong>de</strong> <strong>de</strong>s-

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