31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 88 • 397<br />

nenhum sinal à vista dos sentidos. Ele não chama Deus, na abertura<br />

<strong>de</strong>ste Salmo, o Deus <strong>de</strong> minha salvação, para <strong>de</strong>pois dizer a<strong>de</strong>us a toda<br />

e qualquer esperança <strong>de</strong> socorro proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>le.<br />

É incerta a razão por que ele diz estou prestes a morrer 14 <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a juventu<strong>de</strong> [v. 15], a menos que se consi<strong>de</strong>re uma provável conjetura<br />

<strong>de</strong> que ele foi severamente tratado numa varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> formas, <strong>de</strong><br />

modo que sua vida, por assim dizer, pendia por um fio entre vários<br />

tremores e temores. Do quê também <strong>de</strong>duzimos que as iras e terrores<br />

<strong>de</strong> Deus, dos quais ele fala no versículo 16, não eram <strong>de</strong> curta duração.<br />

Ele os expressa no versículo 17 como que o cercando diariamente.<br />

Visto nada ser mais terrível do que imaginar Deus como que irado contra<br />

nós, não é impróprio comparar ele sua angústia a um dilúvio. Daí<br />

também procedia sua dúvida; 15 pois o senso da ira divina necessariamente<br />

teria agitado sua mente com dolorosa inquietu<strong>de</strong>. Mas po<strong>de</strong>-se<br />

perguntar: Como é possível que essa oscilação se coadune com a fé? É<br />

verda<strong>de</strong> que, quando o coração se acha em perplexida<strong>de</strong> e dúvida, ou<br />

antes é arremessado <strong>de</strong> um lado para outro, a fé parece ser tragada.<br />

A experiência, porém, nos ensina que a fé, embora flutue em meio às<br />

agitações, ela continua a vir novamente à tona <strong>de</strong> tempo em tempo, <strong>de</strong><br />

modo a não ser esmagada <strong>de</strong> vez; e se em algum tempo ela se vê ao<br />

ponto <strong>de</strong> asfixia, não obstante é protegida e nutrida, porque, embora<br />

as tempesta<strong>de</strong>s nunca se tornem tão violentas, ela se escon<strong>de</strong> <strong>de</strong>las<br />

movida pela pon<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> que Deus continua fiel e jamais <strong>de</strong>saponta<br />

seus próprios filhos, e nem os abandona.<br />

14 A palavra original para “prestes a morrer” é uwg, goveang. Literalmente: Eu luto ou ofego<br />

para respirar; eu respiro com dor e dificulda<strong>de</strong>, como uma pessoa que se encontra em gran<strong>de</strong><br />

aflição e angústia. O verbo às vezes significa expirar; mas não expressa tão estritamente como<br />

implica morte, proce<strong>de</strong>nte da obstrução da respiração que a acompanha. (Veja-se Parkhurst’s<br />

.) גגע ung, Lexicon, II.I<br />

15 O verbo hebraico para ‘duvidar’ é hnwpa, aphunah. Significa “volver-se <strong>de</strong> um caminho para<br />

outro”, como a pessoa que enfrenta profunda angústia e não sabe como dizer que caminho tomar.<br />

(Veja-se Parkhurst’s Lexicon, hnp.)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!