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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 98 • 559<br />

não costumeiro. Isso transparece da razão que lhe é assinalada: ele<br />

manifestou sua salvação <strong>de</strong> uma maneira singular e incrível. Pois<br />

ao falar <strong>de</strong> coisas maravilhosas, ele representa isso como a suma<br />

<strong>de</strong> tudo, a saber, que Deus conquistou a salvação com sua própria<br />

<strong>de</strong>stra; 3 ou, seja, não por meios humanos, nem <strong>de</strong> uma maneira ordinária,<br />

porém livrando sua Igreja <strong>de</strong> uma maneira sem prece<strong>de</strong>nte.<br />

Isaías amplia este milagre do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, dizendo: “E vendo que<br />

ninguém havia, maravilhou-se <strong>de</strong> que não houvesse um intercessor;<br />

por isso seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e sua própria justiça<br />

o susteve” [Is 59.16]. Em ambas as passagens, o braço <strong>de</strong> Deus<br />

está em oposição aos meios ordinários, os quais mesmo quando<br />

em operação nada <strong>de</strong>rrogam da glória <strong>de</strong> Deus; não obstante, eles<br />

nos impe<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir plenamente sua presença que <strong>de</strong> outra<br />

forma perceberíamos. A linguagem do salmista equivale a uma<br />

<strong>de</strong>claração <strong>de</strong> que Deus não salvaria o mundo por meios <strong>de</strong> um caráter<br />

ordinário, mas que se manifestaria e <strong>de</strong>monstraria que ele era<br />

o autor <strong>de</strong> uma salvação em todos os aspectos extremamente singular.<br />

Ele logicamente infere que uma mercê tão maravilhosa, e para<br />

nós <strong>de</strong> um tipo tão incompreensível, <strong>de</strong>ve ser celebrada por uma<br />

inusitada medida <strong>de</strong> louvor. Isso é realçado ainda mais claramente<br />

no versículo que segue, on<strong>de</strong> lemos que sua salvação e justiça são<br />

exibidas a todas as nações. O que se po<strong>de</strong>ria esperar menos do<br />

que o fato <strong>de</strong> a luz ter <strong>de</strong>spontado sobre tão <strong>de</strong>nsa escuridão e<br />

regiões em trevas, e que a justiça apareceria nas habitações da perversida<strong>de</strong><br />

irremediável? Menciona-se primeiro a salvação, embora<br />

ela seja, propriamente falando, o efeito da justiça. Tal inversão da<br />

or<strong>de</strong>m natural observa-se amiú<strong>de</strong> quando os benefícios divinos são<br />

<strong>de</strong>clarados; tampouco surpreen<strong>de</strong> que, o que é o meio, e <strong>de</strong>ve ser<br />

mencionado primeiro, às vezes é expresso no fim e segue à guisa<br />

<strong>de</strong> explicação. Eu po<strong>de</strong>ria acrescentar que a justiça <strong>de</strong> Deus, que é<br />

3 “Car apres avoir parlé <strong>de</strong>s miracles, il les restreint specialement à une somme, asçavoir, que<br />

Dieu s’est acquis salut par sa propre vertu.” – v.f.

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