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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 78 • 223<br />

ignorância. A linguagem implica que não se <strong>de</strong>sviaram inadvertidamente,<br />

nem enganados pela ignorância, mas que haviam provocado<br />

a ira <strong>de</strong> Deus, proce<strong>de</strong>ndo traiçoeiramente como se fosse com propósito<br />

<strong>de</strong>liberado. E <strong>de</strong> fato Deus abriu seus olhos com vistas a<br />

que mais claramente <strong>de</strong>scobrissem sua <strong>de</strong>sesperada perversida<strong>de</strong>,<br />

como se, sacudindo sua hipocrisia e bajulações, ele os arrastasse<br />

<strong>de</strong> seus escon<strong>de</strong>rijos para a luz.<br />

36. E o bajularam com sua boca e lhe mentiram com sua língua.<br />

Aqui são acusados <strong>de</strong> perfídia, porque nem confessavam sua culpa<br />

com sincerida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração, nem realmente atribuíam a Deus a glória<br />

<strong>de</strong> seu livramento. Não <strong>de</strong>vemos presumir que o fizeram sem qualquer<br />

reconhecimento; porém notifica-se que a confissão dos lábios, como<br />

não procedia do coração, provinha <strong>de</strong> constrangimento e não <strong>de</strong> um<br />

espírito voluntário. É muito oportuno que se observe esse fato; porque<br />

<strong>de</strong>le apren<strong>de</strong>mos não só o <strong>de</strong>ver que pesa sobre nós <strong>de</strong> nos guardarmos<br />

contra a grosseira hipocrisia que consiste em articularmos com<br />

a língua, diante dos homens, uma coisa, enquanto pensamos algo diferente<br />

em nossos corações, mas também que <strong>de</strong>vemos nos precaver<br />

<strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> hipocrisia que é mais secreta, e que consiste nisto:<br />

que o pecador, se vendo constrangido pelo temor, lisonjeia a Deus<br />

<strong>de</strong> uma maneira servil, enquanto que, caso pu<strong>de</strong>sse, se esquivaria do<br />

juízo divino. A maioria dos homens é mortalmente golpeada por essa<br />

doença; pois embora a majesta<strong>de</strong> divina arranque <strong>de</strong>les algum tipo <strong>de</strong><br />

temor, todavia para eles seria gratificante po<strong>de</strong>r extinguir completamente<br />

toda a luz da verda<strong>de</strong> divina. Portanto, não basta que <strong>de</strong>mos<br />

nosso assentimento à palavra divina, a menos que esse assentimento<br />

seja acompanhado pela afeição verda<strong>de</strong>ira e pura, <strong>de</strong> modo que nossos<br />

corações não estejam duplicados ou divididos. O salmista realça a<br />

causa e fonte <strong>de</strong>ssa dissimulação, a saber: que não eram firmes e fiéis.<br />

Com isso ele notifica que tudo quanto não proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma pureza<br />

não fingida do coração é consi<strong>de</strong>rado mentira e frau<strong>de</strong> aos olhos <strong>de</strong><br />

Deus. Visto que essa retidão é requerida pela lei, ele acusa o povo <strong>de</strong><br />

ser transgressor do pacto, porque não haviam guardado o pacto <strong>de</strong>

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