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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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224 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Deus com aquela fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> que ele lhes impôs. Como já observei em<br />

outra parte, há sempre que pressupor-se uma relação e correspondência<br />

naturais entre o pacto <strong>de</strong> Deus e nossa fé, a fim <strong>de</strong> que o consenso<br />

sincero <strong>de</strong>sta corresponda à fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> daquele.<br />

[vv. 38-41]<br />

Ele, porém, sendo misericordioso, expiou sua iniqüida<strong>de</strong> 34 e não os <strong>de</strong>struiu;<br />

e diversas vezes <strong>de</strong>sviou seu furor e não incitou toda sua ira. E lembrou<br />

que eles eram carne; um espírito 35 que passa e não volta. Quantas<br />

vezes o provocaram no <strong>de</strong>serto, e o entristeceram no ermo! <strong>Vol</strong>taram atrás<br />

e tentaram a Deus e limitaram o Santo <strong>de</strong> Israel.<br />

38. Ele, porém, sendo misericordioso, expiou sua iniqüida<strong>de</strong>.<br />

Para mostrar o mais plenamente possível que <strong>de</strong> modo algum sua<br />

intenção era humilhar os israelitas, mas que seu intuito era que<br />

volvessem ao são estado mental, somos agora informados que, embora<br />

Deus suportasse suas transgressões multiplicadas e exercesse<br />

sua misericórdia em perdoá-los, não tinham manifestado menos sua<br />

perversida<strong>de</strong>, abusando <strong>de</strong> sua benignida<strong>de</strong> em cada caso em que<br />

ela lhes fora exibida, do que eles tinham se mostrado refratários<br />

e obstinados quando os tratou com severida<strong>de</strong>. Ao mesmo tempo,<br />

realça-se a razão por que não pereceram completamente. Sem<br />

dúvida mereciam ser envolvidos numa <strong>de</strong>struição comum; porém<br />

<strong>de</strong>clara-se que Deus mitigou seu furor, para que alguma semente<br />

<strong>de</strong>les viesse a permanecer. Para que ninguém infira, à luz <strong>de</strong>sses<br />

exemplos <strong>de</strong> vingança que têm sido mencionados, que Deus quisesse<br />

puni-los com uma severida<strong>de</strong> injusta, somos informados que<br />

os castigos aplicados sobre eles foram mo<strong>de</strong>rados – sim, brandos,<br />

34 “rpky, yecapher, fez uma expiação pela iniqüida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les.” – Dr. Adam Clarke.<br />

35 C’est à dire, souffle.” – v.f.m. “Equivale dizer, um sopro.” Dr. Adam Clarke traduz assim: “o<br />

espírito se vai e não regressa.” Observa ainda: “A presente vida é o estado <strong>de</strong> provação; quando,<br />

pois, a carne, o corpo, o espírito se vão para o mundo eterno, e não retornam aqui novamente.” Ele<br />

consi<strong>de</strong>ra a tradução em nossa Bíblia inglesa “um vento que passa e não mais vem” como ruim<br />

e a qual po<strong>de</strong> levar ao erro; como se o homem quando morre seu ser está extinto e a morte não<br />

passasse <strong>de</strong> um sono eterno.

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