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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 105 • 685<br />

aceitar que não seja recomendado pela razão humana! Que autorida<strong>de</strong><br />

a palavra <strong>de</strong> Deus teria, se não admitir-se nada que não nos inclinamos<br />

a receber? Aqueles, pois, que rejeitam esta doutrina, só porque ela<br />

não gratifica o entendimento humano, se <strong>de</strong>ixam dominar por perversa<br />

arrogância. Outros malignamente a enten<strong>de</strong>m mal, não movidos por<br />

ignorância nem por equívoco, mas só para excitar movimento na Igreja,<br />

ou para promover ódio entre os ignorantes. Alguns, movidos pelo<br />

excesso <strong>de</strong> timi<strong>de</strong>z, gostariam, por amor à paz, que esta doutrina permaneça<br />

sepultada. Certamente não estão qualificados a lidar com as<br />

diferenças. Essa foi a mesma razão pela qual nos primeiros tempos os<br />

doutores da Igreja, em seus escritos, se esquivaram das verda<strong>de</strong>s puras<br />

e genuínas do evangelho e se volveram para a filosofia pagã. Don<strong>de</strong><br />

se originou a doutrina do livre-arbítrio, a da justiça proce<strong>de</strong>nte das<br />

obras, senão porque esses bons pais temiam suscitar ocasião aos homens<br />

<strong>de</strong> má língua ou malignos, se livremente professassem o que se<br />

acha contido nas Sagradas Escrituras? E não houvera Deus, como que<br />

por forte mão, impedido Agostinho, e ele, neste respeito, teria feito<br />

exatamente o que fez o resto. Deus, porém, por assim dizer, o educou<br />

com um martelo, corrigiu a estulta sabedoria, a qual empina sua crista<br />

contra o Espírito Santo. Vemos, pois, que o Espírito Santo afirma que<br />

os egípcios eram tão ímpios, que Deus retroce<strong>de</strong>u seu coração para<br />

odiar seu povo. Os homens intrigantes buscam evadir-se e qualificar<br />

esta afirmação, dizendo que o ato <strong>de</strong> retroce<strong>de</strong>r o coração <strong>de</strong>nota em<br />

permitirem eles tal coisa; 20 ou, que quando os egípcios instigaram seus<br />

corações a odiarem os israelitas, ele fez uso <strong>de</strong> sua malícia, <strong>de</strong> modo<br />

que, por assim dizer, ela se pôs aci<strong>de</strong>ntalmente em seu caminho; como<br />

se o Espírito Santo, sendo imperfeito no po<strong>de</strong>r da linguagem, falasse<br />

uma coisa quando na verda<strong>de</strong> queria outra. Se a doutrina <strong>de</strong>ste texto,<br />

vista a princípio, nos parece estranha, lembremo-nos <strong>de</strong> que os juízos<br />

divinos, em outros lugares, são com razão chamados ‘insondáveis’<br />

20 “Diz Crisóstomo que ele retroce<strong>de</strong>u é o mesmo que ele permitiu retroce<strong>de</strong>r. Veja sua nota<br />

sobre este versículo.” – Phillips.

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