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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 78 • 219<br />

seus estômagos pu<strong>de</strong>ssem ficar empanturrados; mas também para<br />

que ela lhes constituísse um <strong>de</strong>sejo ingovernável, que os levasse a<br />

pedir carne, e não uma solicitu<strong>de</strong> por provisão que os mantivesse<br />

vivos. Já foi retro afirmado que o maná lhes foi dado numa gran<strong>de</strong><br />

abundância; aqui, porém, a intenção é expressamente censurar sua<br />

glutonaria, na qual <strong>de</strong>ram manifesta prova <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senfreado apetite.<br />

Deus promete [Sl 145.19], como um privilégio peculiar aos que<br />

o temem, que “ele satisfará seus <strong>de</strong>sejos”; porém é numa situação<br />

diferente que aqui se diz ter ele atendido aos perversos <strong>de</strong>sejos do<br />

povo, o qual lançara <strong>de</strong> si todo o temor que lhe <strong>de</strong>viam; pois aquilo<br />

que em seu favor e benignida<strong>de</strong> ele teria recusado, agora lhes conce<strong>de</strong><br />

em sua ira. Este é um exemplo bem digno <strong>de</strong> nossa atenção:<br />

que não po<strong>de</strong>mos queixar-nos se nossos <strong>de</strong>sejos são reprovados e<br />

interceptados pela providência secreta <strong>de</strong> Deus quando eles tentam<br />

ir além dos limites. Deus, pois, realmente nos ouve quando, em<br />

vez <strong>de</strong> ce<strong>de</strong>r a nossas tolas inclinações, ele regula sua beneficência<br />

segundo a medida <strong>de</strong> nosso bem-estar; mesmo quando os ímpios<br />

esbanjam mais do que lhes é bom, não se po<strong>de</strong>, propriamente falando,<br />

dizer que ele os ouviu; ao contrário, ele os sobrecarrega com<br />

um fardo mortal que se presta para precipitá-los <strong>de</strong> ponta cabeça<br />

na <strong>de</strong>struição.<br />

O salmista expressa isso ainda mais claramente adicionando imediatamente<br />

a seguir [vv. 30, 31] que este mimo provou ser-lhes fatal,<br />

como se com a carne fossem tragados pela chama da ira divina. Ao<br />

dizer que não ficaram satisfeitos em sua luxúria, isso implica que sua<br />

luxúria continuou inflamada. Se porventura alguém objeta, dizendo<br />

que isso não concorda com a sentença prece<strong>de</strong>nte, on<strong>de</strong> se diz que<br />

“comeram e se fartaram plenamente”, eu respon<strong>de</strong>ria que, como é<br />

bem notório, se as mentes dos homens não se mantêm <strong>de</strong>ntro dos<br />

limites da razão e temperança, elas se tornam insaciáveis; e, portanto,<br />

uma gran<strong>de</strong> abundância não extinguiria o fogo <strong>de</strong> um apetite <strong>de</strong>pravado.<br />

Há quem traduz a sentença: Não ficaram <strong>de</strong>sapontados; e outros:<br />

Nem ainda abominaram sua comida. Esta última tradução realça muito

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