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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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190 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

15. Com teu braço redimiste teu povo. Aqui, o salmista celebra,<br />

acima <strong>de</strong> todas as maravilhosas obras <strong>de</strong> Deus, a re<strong>de</strong>nção do povo<br />

eleito, para a qual o Espírito Santo, ao longo <strong>de</strong> todas as Escrituras,<br />

chama a atenção dos verda<strong>de</strong>iros crentes, a fim <strong>de</strong> encorajá-los a<br />

nutrirem a esperança <strong>de</strong> sua salvação. É bem notório que o po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> Deus naquele tempo se manifestava entre os gentios. A verda<strong>de</strong><br />

histórica, aliás, através dos artifícios <strong>de</strong> Satanás, foi corrompida<br />

e falsificada por muitas fábulas; porém isso <strong>de</strong>ve ser imputado à<br />

perversida<strong>de</strong> daqueles à cuja vista as maravilhosas obras foram<br />

operadas; e embora as vissem, escolheram antes cegar seus olhos e<br />

suprimir a veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua existência do que preservar o verda<strong>de</strong>iro<br />

conhecimento <strong>de</strong>las. 16 Como é possível explicar o fato <strong>de</strong> que<br />

fizeram Moisés ser não sei que tipo <strong>de</strong> mágico ou encantador, e inventaram<br />

tantas histórias estranhas e monstruosas, as quais Josefo<br />

colecionou em sua obra contra Apião, mas que no princípio era seu<br />

propósito <strong>de</strong>liberado sepultar no esquecimento o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus?<br />

Entretanto, o <strong>de</strong>sígnio do profeta não é tanto con<strong>de</strong>nar nos gentios<br />

o pecado da ingratidão, como fornecer a eles e a outros <strong>de</strong>ntre os<br />

filhos <strong>de</strong> Deus motivo <strong>de</strong> esperança quanto a suas próprias circunstâncias;<br />

pois no tempo referido Deus exibiu publicamente, para o<br />

benefício <strong>de</strong> todas as eras futuras, uma prova <strong>de</strong> seu amor para com<br />

seu povo eleito. A palavra braço é aqui expressa metaforicamente<br />

em lugar do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> um caráter extraordinário, o que é digno <strong>de</strong><br />

ser lembrado. Deus não libertou seu antigo povo secretamente e <strong>de</strong><br />

uma forma ordinária, mas publicamente e, por assim dizer, com seu<br />

braço estendido. O profeta, ao chamar as tribos escolhidas <strong>de</strong> os<br />

filhos <strong>de</strong> Jacó e <strong>de</strong> José, realça a razão por que Deus os consi<strong>de</strong>rou<br />

como seu povo. A razão tem por base o pacto que ele fizera com<br />

seus piedosos ancestrais. As duas tribos que <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ram dos dois<br />

filhos <strong>de</strong> José <strong>de</strong>rivaram sua origem <strong>de</strong> Jacó, da mesma forma como<br />

16 “Neantmoins il faut imputer cela à la malice <strong>de</strong> ceux qui ayans veu la chose eux-mesmes<br />

<strong>de</strong> leurs yeux, ont mieux aimé s’esblouir la veuë et <strong>de</strong>sguiser le faict, que d’en entretenir la pure<br />

cognoissance.” – v.f.

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