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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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592 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ser humano, pois, se examine à luz <strong>de</strong>stas palavras. Se não preferirmos<br />

à Igreja a todos os <strong>de</strong>mais objetos <strong>de</strong> nossa solicitu<strong>de</strong>, somos indignos<br />

<strong>de</strong> ser contados entre seus membros. Sempre que encontrarmos formas<br />

<strong>de</strong> expressão tais como estas, recor<strong>de</strong>mos que elas recriminam<br />

nossa indolência em não nos <strong>de</strong>ixarmos afetar, como <strong>de</strong>víamos, com<br />

as aflições da Igreja. O salmista compara seus dias a fumaça e seus<br />

ossos a pedras da lareira, as quais, no transcurso dos dias, são consumidas<br />

pelo fogo. Por ossos ele quer dizer a força do homem. E, não<br />

fossem os homens <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>, um espetáculo tão<br />

melancólico da ira <strong>de</strong> Deus seguramente teria o efeito <strong>de</strong> secar seus<br />

ossos e <strong>de</strong>sgastar todo seu vigor.<br />

4. Meu coração está ferido e seco como a erva. Aqui ele emprega<br />

uma terceira similitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>clarando que seu coração está emurchecido<br />

e totalmente seco como a erva ceifada. Sua intenção, porém, é<br />

expressar algo mais do que estar seu coração murcho e seus ossos<br />

reduzidos a um estado <strong>de</strong> sequidão. Sua linguagem implica que, à semelhança<br />

da erva quando cortada não po<strong>de</strong> mais receber a umida<strong>de</strong><br />

da terra, não retém a vida e o vigor que se <strong>de</strong>rivam da raiz, assim seu<br />

coração sendo, por assim dizer, rasgado e <strong>de</strong>cepado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a raiz, estava<br />

privado <strong>de</strong> sua nutrição natural. O significado da última sentença,<br />

esqueci <strong>de</strong> comer meu pão, é: Minha tristeza tem sido tão profunda<br />

que negligenciei meu alimento ordinário. Sabe-se que os ju<strong>de</strong>us,<br />

durante seu cativeiro babilônico, tinham seu alimento; e teria sido<br />

uma evidência <strong>de</strong> sua queda em <strong>de</strong>sespero pecaminoso houvessem<br />

eles passado fome até a morte. Mas o que ele tem em mente é que<br />

se encontrava tão aflito, em profunda tristeza, que recusava todos os<br />

<strong>de</strong>leites e se privava até mesmo do alimento e bebida. Os crentes genuínos<br />

po<strong>de</strong>m cessar por algum tempo <strong>de</strong> fazer uso <strong>de</strong> seu alimento<br />

ordinário, quando, por meio do jejum voluntário, humil<strong>de</strong>mente rogam<br />

a Deus que revogue sua ira; o profeta, porém, aqui não fala <strong>de</strong>sse<br />

tipo <strong>de</strong> abstinência da subsistência física. Ele fala daquele efeito <strong>de</strong><br />

extrema angústia mental que é acompanhada da supressão do alimento<br />

e do uso <strong>de</strong> tudo. Na conclusão do versículo, ele acrescenta que seu

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