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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 80 • 267<br />

silêncio a tribo <strong>de</strong> Judá e também a cida<strong>de</strong> santa, e ter apresentado<br />

as tribos <strong>de</strong> José, Manassés, Efraim e Benjamim, caso não tivesse a<br />

intenção <strong>de</strong> falar especialmente do reino <strong>de</strong> Israel. 2 Se alguém objetar,<br />

dizendo que as <strong>de</strong>z tribos do tempo em que foram eliminadas da casa<br />

<strong>de</strong> Davi se tornaram <strong>de</strong>generadas, e que o culto divino foi corrompido<br />

entre eles, respondo que, não obstante, habitava entre eles muitos<br />

adoradores <strong>de</strong>votos <strong>de</strong> Deus, os quais não dobraram seus joelhos<br />

diante <strong>de</strong> Baal, nem se entregaram à superstição prevalecente [1Rs<br />

19.18]. Conseqüentemente, Amós [6.6] <strong>de</strong>clara culpados os empe<strong>de</strong>rnidos<br />

que existiam na tribo <strong>de</strong> Judá, porque ninguém havia entre eles<br />

que se entristecesse pela aflição <strong>de</strong> José. É igualmente notório que,<br />

durante o tempo <strong>de</strong>ssa apostasia, alguns profetas lhes foram enviados<br />

para inspirá-los com a esperança <strong>de</strong> livramento. Então, embora<br />

uma vasta proporção <strong>de</strong>les fosse apóstata, todavia Deus não cessou<br />

<strong>de</strong> exercer seu cuidado sobre a semente que restou no meio <strong>de</strong>les.<br />

E como anteriormente ele mitigara as calamida<strong>de</strong>s vindouras prometendo<br />

<strong>de</strong> antemão sua graça, assim agora, ditando ao povo a forma<br />

<strong>de</strong> uma oração, ele os confirma e os encoraja na esperança <strong>de</strong> obter<br />

sua graça até que <strong>de</strong>scubram, a partir da experiência atual, que eles<br />

Benjamim e Manassés como sendo particularmente específicos, ao supor que o Salmo foi escrito<br />

numa ocasião quando alguns inimigos estavam avançando para essas tribos, as quais estavam<br />

contiguamente situadas ou estavam dirigindo sua marcha para Jerusalém, através <strong>de</strong> seus territórios.<br />

“Tal ocasião”, observa ele, “po<strong>de</strong> ter propiciado ao salmista orar para que as pessoas <strong>de</strong>ssas<br />

tribos pu<strong>de</strong>ssem particularmente tornar-se espectadoras da divina interferência. Se o Salmo não<br />

foi escrito em tal ocasião, po<strong>de</strong>ria ser mais razoável supor que Benjamim, o irmão único <strong>de</strong> José<br />

por parte <strong>de</strong> mãe, e Efraim e Manassés, seus filhos, são, no segundo versículo, equivalentes a José,<br />

o qual, no versículo prece<strong>de</strong>nte, representa toda a posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> israel.”<br />

2 O argumento que Calvino aqui aduz em abono da opinião <strong>de</strong> que este Salmo se relaciona às<br />

<strong>de</strong>z tribos que constituíam o reino <strong>de</strong> Israel, em contraste com o reino <strong>de</strong> Judá, é evi<strong>de</strong>ntemente<br />

inconclusiva. É como se ele tivesse esquecido o fato <strong>de</strong> que a tribo <strong>de</strong> Benjamim, que é expressamente<br />

especificada, não pertencia ao reino <strong>de</strong> Israel, e, sim, formava uma parte do reino <strong>de</strong><br />

Judá – fato esse que <strong>de</strong>strói completamente o argumento por meio do qual ele tenta provar que o<br />

Salmo se relaciona exclusiva ou especificamente com o reino <strong>de</strong> Israel. Portanto, tudo indica que<br />

a referência é a todo o antigo povo <strong>de</strong> Deus. Po<strong>de</strong>-se observar ainda que as calamida<strong>de</strong>s referidas<br />

são tão extensas e gerais, ao ponto <strong>de</strong> tornar-se bem provável que toda a corporação do povo<br />

esteja em evidência. Este ponto <strong>de</strong> vista é também confirmado, à luz da introdução da similitu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma vinha transplantada do Egito. O tema do Salmo po<strong>de</strong>ria ser o mesmo do Salmo 79: a triste<br />

condição em que o povo escolhido se viu sob o po<strong>de</strong>r dos exércitos <strong>de</strong> Nabucodonosor.

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