31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

114 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

vra ryub, bair, propriamente significa na cida<strong>de</strong>. 51 Mas como essa seria<br />

uma forma insípida <strong>de</strong> expressão, muitos têm judiciosamente concluído<br />

que a palavra per<strong>de</strong>u uma letra, e que ela é a mesma palavra ryuhb,<br />

bahair; opinião essa <strong>de</strong> que ela é também munida com o ponto kamets,<br />

sendo colocado sob b, beth. Segundo esse ponto <strong>de</strong> vista, ela <strong>de</strong>ve ser<br />

traduzida: ao <strong>de</strong>spertar, ou, seja, <strong>de</strong>pois que esses sonhos que nos ludibriam<br />

tiverem passado. E isso ocorre não só quando Deus restaura<br />

com certa medida <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m as questões que antes foram envolvidas<br />

em confusão, mas também quando, dissipando as trevas, ele alegra<br />

nossa mente com uma luz amiga. É verda<strong>de</strong> que nunca vemos as coisas<br />

tão bem ajustadas no mundo quanto <strong>de</strong>sejamos; pois Deus, com o propósito<br />

<strong>de</strong> conservar-nos sempre no exercício da esperança, prorroga<br />

a perfeição <strong>de</strong> nosso estado para o dia do juízo final. Mas sempre que<br />

esten<strong>de</strong> sua mão contra os ímpios, ele nos faz ver como se fossem<br />

alguns raios no morrer do dia, para que as trevas, se tornando por <strong>de</strong>mais<br />

espessas, não nos embalem o sono e afetem nosso entendimento<br />

com torpor. 52 Há quem aplica esta expressão, ao <strong>de</strong>spertar, ao último<br />

juízo, 53 como se Davi preten<strong>de</strong>sse dizer: Neste mundo os ímpios amontoam<br />

riquezas e po<strong>de</strong>r, e essa confusão, que é como se fosse uma noite<br />

trevosa, continuará até que Deus ressuscite os mortos. Certamente<br />

admito que essa é uma doutrina provável; mas ela não nos é ensinada<br />

aqui, cujo escopo da passagem não concorda absolutamente com tal<br />

interpretação. Se alguém preferir a redação: na cida<strong>de</strong> – Na cida<strong>de</strong> tu<br />

51 A LXX tem a leitura: evn th| po,lei sou, “em tua cida<strong>de</strong>”, <strong>de</strong>rivando a palavra original <strong>de</strong> ryu,<br />

ir, uma cida<strong>de</strong>. Tal é também a redação das versões Vulgata, Arábica e Etiópica. Mas a palavra é<br />

oriunda <strong>de</strong> rwu, ur, <strong>de</strong>spertar, e está no infinitivo hiph. b, beth, excluindo h, he, característica da<br />

conjugação.<br />

52 “Como o sono <strong>de</strong> alguém que <strong>de</strong>sperta. O pensamento, aqui, é como um suave sonho que se<br />

<strong>de</strong>svanece instantaneamente, <strong>de</strong>spertando-nos, assim os prazeres <strong>de</strong> tais pessoas se <strong>de</strong>svanecerão<br />

e revelarão sua natureza sem substância, quando Deus efetuar seu justo juízo.” – Walford.<br />

Então a prosperida<strong>de</strong> dos ímpios é vista como algo fantástico, consistindo apenas <strong>de</strong> “os sonhos<br />

são feitos <strong>de</strong> palha”.<br />

53 “A versão Caldaica, em sua paráfrase, aponta para o dia do juízo, quando os ímpios erguerem-se<br />

<strong>de</strong> suas sepulturas e Deus manifestar sua ira contra eles (/whtwmd zgrb rsbt, “em fúria<br />

tu escarnecerás <strong>de</strong>les ou os <strong>de</strong>sprezarás), segundo a expressão <strong>de</strong> Daniel 12.2: “Muitos dos que<br />

dormem no pó da terra se <strong>de</strong>spertarão, alguns para vergonha e <strong>de</strong>sprezo eternos.” – Hammond.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!