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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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78 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

a fim <strong>de</strong> que pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seu povo não só <strong>de</strong> todos os perigos<br />

temporais, mas especialmente <strong>de</strong> todos os ferinos molestamentos <strong>de</strong><br />

Satanás, até que, os havendo por fim libertado <strong>de</strong> todos os problemas,<br />

os reúna no <strong>de</strong>scanso eterno <strong>de</strong> seu reino celestial.<br />

15. E ele viverá. Atribuir o verbo viverá aos pobres, como fazem<br />

alguns, parece forçado. O que Davi afirma é que tal rei será recompensado<br />

com longevida<strong>de</strong>, a qual é não menos que as bênçãos terrenas <strong>de</strong><br />

Deus. As palavras que se seguem <strong>de</strong>vem ser lidas in<strong>de</strong>finidamente, ou,<br />

seja, sem <strong>de</strong>terminar qualquer pessoa em particular; 22 como se houvera<br />

dito: O ouro da Arábia lhe será dado, e orações serão por toda parte<br />

feitas em prol <strong>de</strong> sua prosperida<strong>de</strong>. E assim uma vez mais reitera o<br />

que dissera previamente concernente a seu po<strong>de</strong>r; pois se a Arábia lhe<br />

pagará tributo, quão vasta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> riquezas se juntará dos muitos<br />

países mais próximos! Cristo, é verda<strong>de</strong>, não reina para cumular<br />

ouro; Davi, porém, pretendia ensinar por meio <strong>de</strong>sta figura que mesmo<br />

as nações que eram mais remotas ren<strong>de</strong>r-lhe-iam tal homenagem,<br />

como se quisessem, pessoalmente, <strong>de</strong>dicar-lhe tudo o que possuíam.<br />

Não é algo incomum ver a glória do reino espiritual <strong>de</strong> Cristo sendo<br />

retratada sob imagens <strong>de</strong> esplendor externo. Davi, <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong><br />

com esse estilo usual da Escritura, tem aqui <strong>de</strong>monstrado que o reino<br />

<strong>de</strong> Cristo seria distinto por sua riqueza; mas isso <strong>de</strong>ve ser compreendido<br />

como uma referência a seu caráter espiritual. Daí transparecer<br />

quão ímpia e <strong>de</strong>pravadamente os papistas têm pervertido esta passagem,<br />

fazendo-a subserviente a seus propósitos <strong>de</strong> cumular para si<br />

as riquezas perecíveis do mundo. Demais, quando fala das orações<br />

comuns do povo, pelas quais encomendarão a prosperida<strong>de</strong> do rei<br />

aos cuidados divinos, ele notifica que tão prazerosamente serão seus<br />

22 “C’est à dire, sans <strong>de</strong>terminer quelque certaine personne.” – v.f. No hebraico, os três últimos<br />

verbos do versículo estão no singular, no futuro do kal ativo, e não há nominativo com o qual<br />

concor<strong>de</strong>m. Calvino os traduz literalmente: “Et dabit ei <strong>de</strong> auro Seba: et orabit pro eo semper, quotidie<br />

benedicit eum”; “E lhe dará do ouro <strong>de</strong> Seba, e orará por ele continuamente, e o abençoará<br />

diariamente.” Mas, na margem da versão francesa, ele assim explica a construção: “C’est, on luy<br />

donnera, &c., on priera, &c. on benira.” “Ou, seja, o ouro <strong>de</strong> Seba lhe será dado, far-se-á oração por<br />

ele continuamente e será abençoado diariamente.”

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