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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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732 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

38. E <strong>de</strong>rramaram. Ele se precipita com ainda maior indignação<br />

contra aquele frenesi religioso que os levava a sacrificar seus próprios<br />

filhos, poluindo assim a terra pelo <strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue<br />

inocente. Alguém objetaria dizendo que Abraão é louvado porque<br />

não negou seu único filho; a resposta é cristalina: ele o fez em obediência<br />

à or<strong>de</strong>m divina, <strong>de</strong> modo que todo vestígio <strong>de</strong> <strong>de</strong>sumanida<strong>de</strong><br />

foi apagado por meio da pureza da fé. Pois se a obediência é melhor<br />

que o sacrifício [1Sm 15.22], ela é a melhor regra tanto para a<br />

moralida<strong>de</strong> quanto para a religião. É uma terrível manifestação da<br />

ira vingadora <strong>de</strong> Deus quando os pagãos supersticiosos, entregues<br />

a suas próprias invenções, se tornam empe<strong>de</strong>rnidos nos atos <strong>de</strong><br />

hórrida cruelda<strong>de</strong>. Enquanto os mártires expõem sua vida ao perigo<br />

em <strong>de</strong>fesa da verda<strong>de</strong>, o incenso <strong>de</strong> tal sacrifício é agradável<br />

a Deus. Mas quando os dois romanos, <strong>de</strong> nome Decii, 34 <strong>de</strong> uma maneira<br />

execrável se consagraram à morte, esse foi um ato <strong>de</strong> atroz<br />

impieda<strong>de</strong>. Não é sem justa causa, portanto, que o profeta realça a<br />

culpabilida<strong>de</strong> do povo por esta consi<strong>de</strong>ração: que ao modo perverso<br />

<strong>de</strong> adorar a Deus acrescentaram excessiva cruelda<strong>de</strong>. Nem há<br />

menos razão para serem acusados <strong>de</strong> haver poluído aquela terra<br />

da qual Deus lhes or<strong>de</strong>nara que expulsassem os antigos habitantes,<br />

a fim <strong>de</strong> que ele a transformasse no cenário peculiar on<strong>de</strong> pu<strong>de</strong>sse<br />

ser adorado. Os israelitas, pois, eram duplamente perversos, não<br />

só maculando a terra com sua idolatria, mas também por cruelmente<br />

assassinarem seus filhos, roubando a Deus do que lhe é <strong>de</strong>vido, e<br />

<strong>de</strong> certa maneira frustraram seus <strong>de</strong>sígnios.<br />

39. E foram contaminados com suas próprias obras. Ele então<br />

conclui <strong>de</strong>clarando em termos gerais que os ju<strong>de</strong>us, ao adotarem<br />

as práticas abomináveis dos pagãos, vieram a ser totalmente imundos;<br />

porque em todos os vícios dos homens nada mais existe senão<br />

impureza. Ele <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> obras dos homens todo o falso culto que<br />

inventaram sem a sanção divina; como se ele dissesse que a santida-<br />

34 “Mais quand les <strong>de</strong>ux Romains nommez Decii.” – v.f.

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