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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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274 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

seja à contínua escavação que as vi<strong>de</strong>iras requerem, a fim <strong>de</strong> que se<br />

conservem limpas e não sejam <strong>de</strong>generadas; sendo esta alusão feita<br />

com o intuito <strong>de</strong> mostrar como Deus exerceu a parte <strong>de</strong> um bom esposo<br />

para com seu povo, visto que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> os haver plantado, ele<br />

não cessou <strong>de</strong> empregar todos os meios para nutri-los e preservá-los.<br />

O que se acrescenta imediatamente <strong>de</strong>pois, Tu lançaste suas raízes,<br />

não se <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r como se referindo a sua plantio, no princípio,<br />

mas às lutas enfrentadas por Deus para propagá-la, 9 o que faz parte<br />

do cultivo da vi<strong>de</strong>ira. Don<strong>de</strong> se segue que os montes se cobriram com<br />

sua sombra; porque todo o país, embora montanhoso, se encheu <strong>de</strong><br />

habitantes; tanto que o povo aumentou em número. Os ramos <strong>de</strong>sta<br />

vi<strong>de</strong>ira são comparados aos cedros <strong>de</strong> Deus, ou, seja, aos cedros mais<br />

belos e mais excelentes; para <strong>de</strong>sse modo expressar ainda mais vividamente<br />

quão eminentemente a semente <strong>de</strong> Abraão foi abençoada por<br />

Deus. O mar e o Eufrates, como se sabe muito bem, eram as fronteiras<br />

divinamente <strong>de</strong>signadas da terra que lhes foi prometida por herança.<br />

12. Por que então quebraste seus valados? Esta é a aplicação da<br />

similitu<strong>de</strong>; pois nada parece mais inconsistente do que Deus abandonar<br />

a vi<strong>de</strong>ira que ele plantou com suas próprias mãos para que seja<br />

erradicada por feras selvagens. É verda<strong>de</strong> que às vezes o povo, por<br />

meio <strong>de</strong> seus profetas, era ameaçado e <strong>de</strong> antemão advertido <strong>de</strong> que<br />

ele faria isso. O que, porém, o constrangia a infligir sobre eles uma espécie<br />

tão estranha e terrível <strong>de</strong> castigo era para que ele tornasse sua<br />

ingratidão ainda mais <strong>de</strong>testável. Ao mesmo tempo, não é sem razão<br />

que aos crentes genuínos seja or<strong>de</strong>nado que tomem alento ante uma<br />

liberalida<strong>de</strong> tão distinta da parte <strong>de</strong> Deus. Para que, mesmo em meio<br />

a essa erradicação, pu<strong>de</strong>ssem pelo menos esperar que ele, que nunca<br />

abandona a obra <strong>de</strong> sua própria mão, estenda graciosamente seu <strong>de</strong>svelo<br />

por eles [Sl 138.8]. Desolação foi trazida sobre o povo em virtu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sua própria e incurável obstinação. Deus, porém, não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong><br />

salvar um pequeno número <strong>de</strong> renovos, por meio dos quais ele <strong>de</strong>pois<br />

9 “Mais du travail qu’il avoit prins à la provigner.” – v.f.

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