31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

368 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

15. E tu, ó Senhor, és Deus misericordioso, pronto a perdoar. Ao<br />

passar imediatamente para a celebração <strong>de</strong>sses atributos divinos, ele<br />

sugere que temos força e proteção a<strong>de</strong>quadas contra a audácia e fúria<br />

dos ímpios, na bonda<strong>de</strong>, misericórdia e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> divinas. Talvez também<br />

<strong>de</strong> seu sentimento <strong>de</strong> que os ímpios eram azorragues nas mãos<br />

<strong>de</strong> Deus, ele põe diante <strong>de</strong> si a bonda<strong>de</strong> e misericórdia divinas para<br />

abrandar o excesso <strong>de</strong> terror com que po<strong>de</strong>ria se ver assenhoreado;<br />

pois esta é a única e verda<strong>de</strong>ira fonte <strong>de</strong> conforto, a saber: que embora<br />

Deus nos castigue, ele não suprime sua misericórdia. Esta sentença,<br />

como se sabe muito bem, é tomada <strong>de</strong> Êxodo 34.6, on<strong>de</strong> nos <strong>de</strong>paramos<br />

com uma <strong>de</strong>scrição mui notável da natureza <strong>de</strong> Deus. Primeiro,<br />

ele é <strong>de</strong>scrito como misericordioso; em seguida, pronto a perdoar, o<br />

que ele manifesta tendo compaixão <strong>de</strong> nossa angústia. Em terceiro lugar,<br />

ele é <strong>de</strong>scrito como longânimo; pois não conserva para sempre a<br />

ofensa cometida contra seu Ser, porém nos perdoa segundo a medida<br />

da gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> sua benignida<strong>de</strong>. Em suma, lemos que ele é rico em<br />

misericórdia e verda<strong>de</strong>; pelo quê entendo ser sua beneficência continuamente<br />

exercida, e que ele é sempre fi<strong>de</strong>digno. Aliás, ele não é menos<br />

digno <strong>de</strong> ser louvado por conta <strong>de</strong> seu rigor do que por conta <strong>de</strong> sua<br />

misericórdia; mas como só é por conta <strong>de</strong> espontânea obstinação que<br />

ele se manifesta severo, sendo compelido, por assim dizer, a castigar-<br />

-nos, a Escritura, ao representá-lo como inerentemente misericordioso<br />

e pronto a perdoar, nos ensina que, se ele, em algum tempo, se mostrar<br />

rigoroso e severo, isso lhe é, por assim dizer, aci<strong>de</strong>ntal. É verda<strong>de</strong> que<br />

estou usando uma linguagem popular, e como tal não é estritamente<br />

correto; mas estes termos, por meio dos quais se <strong>de</strong>screve o caráter<br />

divino, com efeito equivalem a isto: que Deus é, por natureza, tão<br />

gracioso e pronto a perdoar, que às vezes parece ser conivente com<br />

nossos pecados, <strong>de</strong>longando a aplicação do castigo e nunca proce<strong>de</strong>ndo<br />

a execução da vingança, a não ser que se veja compelido por nossa<br />

obstinada perversida<strong>de</strong>. Por que a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus é enfeixada com<br />

sua misericórdia está discutido em outro lugar. Como mesmo aqueles<br />

que são mais generosos às vezes <strong>de</strong>sejam cancelar as promessas uma

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!