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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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414 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

revestiu com nova força e outras qualida<strong>de</strong>s distintivas e a<strong>de</strong>quadas a<br />

um rei; ainda quando num caso paralelo, quando Cristo escolheu seus<br />

apóstolos, ele não só os honrou com o título, mas ao mesmo tempo<br />

conce<strong>de</strong>u-lhes os dons que lhes eram necessários para exercício <strong>de</strong><br />

seu ofício. E, em nossos próprios dias, ele comunica a seus ministros<br />

a mesma graça <strong>de</strong> seu Espírito. A força <strong>de</strong> Davi, pois, da qual se faz<br />

menção aqui, era o efeito <strong>de</strong> sua eleição; pois Deus, ao criá-lo rei, o<br />

guarneceu ao mesmo tempo com força a<strong>de</strong>quada para a preservação<br />

do povo. Isso vem a lume ainda mais distintamente à luz da segunda<br />

sentença: Eu exaltei um escolhido do meio do povo. Todas as palavras<br />

são enfáticas. Quando Deus <strong>de</strong>clara que ele o exaltou, é com o<br />

intuito <strong>de</strong> notificar a miserável e <strong>de</strong>sprezível condição em que Davi<br />

vivia, <strong>de</strong>sconhecido e obscuro, antes <strong>de</strong> Deus esten<strong>de</strong>r-lhe sua mão.<br />

Com o mesmo propósito é a expressão seguinte: do meio do povo. O<br />

significado é que ele ao mesmo tempo não era notado e pertencia à<br />

classe mais baixa do povo e não dava mostra <strong>de</strong> excelência superior,<br />

sendo o menos estimado entre seus irmãos, em cuja cabana rural exercia<br />

o humil<strong>de</strong> ofício <strong>de</strong> pastor. 20 Pela palavra escolhido Deus nos chama<br />

<strong>de</strong> volta à consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> próprio livre-arbítrio divino, como se ele<br />

nos proibisse <strong>de</strong> buscar alguma outra causa da exaltação <strong>de</strong> Deus além<br />

<strong>de</strong> seu próprio beneplácito.<br />

20. Encontrei a Davi meu servo. O profeta confirma a mesma<br />

proposição, a saber: Que nada havia <strong>de</strong> realeza em Davi, o qual tudo<br />

<strong>de</strong>via à soberania <strong>de</strong> Deus em preservá-lo por sua graça. Tal é o teor<br />

da palavra encontrei, como se Deus dissesse: Quando eu o tomei para<br />

exaltá-lo, isso proce<strong>de</strong>u inteiramente <strong>de</strong> minha livre bonda<strong>de</strong>. O título<br />

servo, portanto, não <strong>de</strong>nota algum mérito, mas <strong>de</strong>ve ser atribuído à<br />

vocação divina. É como se Deus dissesse que confirmava e ratificava,<br />

por meio <strong>de</strong> sua autorida<strong>de</strong>, o soberano po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Davi; e se ele o<br />

aprovou, sua legitimida<strong>de</strong> é posta acima <strong>de</strong> toda e qualquer dúvida. A<br />

20 “Quum ultimus esset in rustico tugurio, et inter pecuarios.” – v.l. “Veu qu’il estoit le plus<br />

petit en la maison <strong>de</strong> son pere, et qu’en ce mesnage <strong>de</strong> village il estoit <strong>de</strong> ceux qui gardoyent les<br />

bestes.” – v.f.

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