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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 90 • 447<br />

a mudos, que não se <strong>de</strong>ixam ensinar, que não passam <strong>de</strong> mortais; aliás,<br />

nem ainda pelas provas disso, cuja experiência era constantemente<br />

apresentada diante <strong>de</strong>les. Este texto é citado pelo apóstolo Pedro num<br />

sentido um tanto diferente [2Pe 3.8], enquanto, ao mesmo tempo, ele<br />

não o perverte, pois com aptidão e judiciosamente aplica o testemunho<br />

<strong>de</strong> Moisés para ilustração do tema que ele trata aqui. O <strong>de</strong>sígnio<br />

<strong>de</strong> Moisés é elevar as mentes dos homens ao céu, <strong>de</strong>svencilhando-as<br />

<strong>de</strong> suas próprias concepções grosseiras. E qual é o tema <strong>de</strong> Pedro?<br />

Visto que muitos, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo não apressar sua vinda segundo<br />

o sabor <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>sejos, abandonam a esperança da ressurreição<br />

cansados da muita <strong>de</strong>longa, ele corrige essa ridícula impaciência usando<br />

um remédio mui apropriado. Ele percebe que a fé dos homens nas<br />

promessas divinas vai se <strong>de</strong>svanecendo e fracassando em <strong>de</strong>corrência<br />

<strong>de</strong> sua conclusão <strong>de</strong> que Cristo está <strong>de</strong>longando <strong>de</strong>mais sua vinda.<br />

Don<strong>de</strong> proce<strong>de</strong> tal coisa senão do fato <strong>de</strong> que se espojam nos <strong>de</strong>leites<br />

<strong>de</strong>ste mundo? Pedro, pois, apropriadamente aplicam estas palavras<br />

<strong>de</strong> Moisés à cura <strong>de</strong>ste vício. Como a indulgência nos prazeres a que<br />

os incrédulos se entregam se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> que, tendo seus corações<br />

arraigados no mundo, não <strong>de</strong>gustam o sabor dos prazeres <strong>de</strong><br />

uma eternida<strong>de</strong> celestial, tal impaciência proce<strong>de</strong> da mesma fonte. Daí<br />

apren<strong>de</strong>mos o verda<strong>de</strong>iro uso <strong>de</strong>sta doutrina. A que se <strong>de</strong>ve o fato<br />

<strong>de</strong> experimentarmos tão profunda ansieda<strong>de</strong> em nossa vida, que nada<br />

nos satisfaz e nos sentimos continuamente molestados, senão porque<br />

estupidamente imaginamos que permaneceremos neste mundo para<br />

sempre? Além disso, a que <strong>de</strong>vemos atribuir essa extrema irritação e<br />

impaciência que fazem nosso coração <strong>de</strong>smaiar à espera da vinda <strong>de</strong><br />

Cristo, senão a seu apego aos <strong>de</strong>leites <strong>de</strong>sta terra? Aprendamos, pois,<br />

a não julgar segundo o entendimento da carne; antes, <strong>de</strong>pendamos do<br />

juízo divino e elevemos nossa mente, pela fé, até seu trono celestial,<br />

don<strong>de</strong> ele <strong>de</strong>clara que esta vida terrena é pura vaida<strong>de</strong>. Tampouco<br />

Moisés contrasta meramente mil anos com um dia, senão que os contrasta<br />

com ontem que já se foi; pois tudo quanto está ainda diante <strong>de</strong><br />

nossos olhos exerce domínio em nossas mentes, porém somos me-

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