31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

682 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ramente exibido numa questão tão incrível. O que existe da mais rara<br />

ocorrência do que para o mais po<strong>de</strong>roso monarca tirar da prisão um<br />

estrangeiro a fim <strong>de</strong> constituí-lo governante sobre todo seu reino, e<br />

elevá-lo a uma posição <strong>de</strong> honra, só sendo o segundo ele próprio? A<br />

frase no versículo 22, obrigar seus príncipes, é comumente explicada<br />

como significando que José foi investido com a primordial soberania<br />

na administração do governo, <strong>de</strong> modo que pu<strong>de</strong>sse lançar na prisão,<br />

a seu bel-prazer, até mesmo os nobres do reino. Outros, concebendo<br />

ser esta interpretação algo um tanto abrupto, <strong>de</strong>rivam o verbo rwsal,<br />

lesor, que Moisés emprega, não <strong>de</strong> rsa, asar, que significa obrigar, mas<br />

<strong>de</strong> rsy yasar, que significa instruir, pela mudança da letra y, yod, em a,<br />

aleph. 17 No entanto me sinto surpreso que nenhum <strong>de</strong>les tenha percebido<br />

a metáfora contida nesta palavra, ou, seja, que José manteve<br />

os senhores do Egito obrigados a ele a seu bel-prazer, ou sujeitos a<br />

seu po<strong>de</strong>r. Aqui não se fala <strong>de</strong> grilhões, mas <strong>de</strong> vínculo ou obrigação<br />

<strong>de</strong> obediência, estando os príncipes e os <strong>de</strong>mais súditos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> sua vonta<strong>de</strong>. A expressão, que é adicionada pouco <strong>de</strong>pois, ensinar<br />

sabedoria a seus anciãos, evi<strong>de</strong>ncia que José não se portou como<br />

um tirano, algo difícil e raro aos homens, quando se vêem investidos<br />

com po<strong>de</strong>r soberano, não dar ré<strong>de</strong>as soltas a seu próprio humor. Ele,<br />

porém, era governo e padrão, mesmo para o principal <strong>de</strong>ntre eles, no<br />

elevado grau da atribuição, o que ele exemplificou na administração<br />

dos negócios <strong>de</strong> estado.<br />

23. E Israel entrou no Egito. O profeta não recorda toda a história,<br />

nem mesmo era necessário. Apenas apresenta a nossa visão como<br />

a providência divina a entremeou, o que bem poucos consi<strong>de</strong>ram ao<br />

lerem a narrativa <strong>de</strong> Moisés. Ele, portanto, <strong>de</strong>clara que, <strong>de</strong>pois que<br />

José foi enviado adiante ao Egito como o meio <strong>de</strong> sustento para seu<br />

pai e toda sua família, Jacó então entrou no Egito, isto é, ele fez isso<br />

quando todas as coisas foram admiravelmente or<strong>de</strong>nadas, para que<br />

17 “Para rsal, a LXX, a Vulgata e Jerônimo certamente traduziram rsyl, ‘para tutor’; ou tomaram<br />

rsa no sentido <strong>de</strong> rsy, como fizeram em Oséias 10.10.” – Horsley.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!