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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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528 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

gar – e assim <strong>de</strong> hsm, Massah. 18 Na segunda frase, contudo, o lugar on<strong>de</strong><br />

a tentação se efetuou po<strong>de</strong> ser suficientemente <strong>de</strong>scrito sob o termo<br />

<strong>de</strong>serto, e ao ser lido: segundo o dia da tentação (em vez <strong>de</strong> Massá)<br />

no <strong>de</strong>serto, não po<strong>de</strong> haver nenhuma objeção. Alguns preferem crer<br />

que Massá e Meribá eram dois lugares distintos; eu, porém, não vejo<br />

base para crer que assim fosse; e, numa questão <strong>de</strong> tão pouca importância,<br />

não <strong>de</strong>vemos ser <strong>de</strong>masiadamente rigorosos nem curiosos. Ele<br />

amplia em diversas expressões a dureza do coração evi<strong>de</strong>nciada pelo<br />

povo, e, para produzir maior efeito, introduz Deus mesmo falando. 19<br />

Por dureza <strong>de</strong> coração, sem dúvida ele não quer dizer algum tipo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sprezo <strong>de</strong>monstrado pela Palavra <strong>de</strong> Deus, ainda que existam muitos<br />

tipos diferentes <strong>de</strong>le. Descobrimos que, quando proclamado, ele é<br />

ouvido por alguns <strong>de</strong> uma forma fria e displicente; que alguns impertinentemente<br />

se esquivam <strong>de</strong>le <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o haver recebido; que outros<br />

arrogantemente o rejeitam; enquanto há homens que francamente dão<br />

vazão a sua ira contra ele com <strong>de</strong>sdém e blasfêmia. 20 O salmista, naquele<br />

termo que ele empregou, abarca todos esses <strong>de</strong>fraudadores, os<br />

displicentes – os impertinentes –, os que zombam da palavra e são<br />

da<strong>de</strong> dos levitas que a<strong>de</strong>riram a Deus em tais circunstâncias <strong>de</strong> provação [Dt 33.8]: “E <strong>de</strong> Levi ele<br />

disse: Que teu Tumim e teu Urim sejam para teu santo, que tu provaste em Massá e com quem<br />

conten<strong>de</strong>ste junto às águas <strong>de</strong> Meribá.”<br />

18 Na Bíblia inglesa, temos “na provocação – no dia da tentação”. Os críticos mais eminentes,<br />

porém, concordam com Calvino em crer que será melhor reter os termos Meribá e Massá do que<br />

traduzi-los. Os lugares chamados por esses nomes foram assim <strong>de</strong>signados à luz da atitu<strong>de</strong> dos<br />

israelitas em provocar e tentar a Deus neles; e a retenção dos nomes próprios dá mais efeito e<br />

vivacida<strong>de</strong> à alusão. Veja-se Salmo 81.7 [p. 282, nota 11, <strong>de</strong>ste volume].<br />

19 Mant e Walford presumem que é na segunda parte do versículo 7, “Se hoje ouvir<strong>de</strong>s sua voz”,<br />

on<strong>de</strong> Deus é introduzido como que falando. “Por meio <strong>de</strong> uma transição quase imperceptível”,<br />

observa o primeiro crítico, “a pessoa aqui [última frase do versículo 7] muda; Jehovah se torna o<br />

orador; e com uma mudança correspon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> tópico, a O<strong>de</strong>, que começara com uma exortação<br />

espiritual para exultar nas bênçãos do evangelho, conclui com uma solene, afetiva e impressiva<br />

admoestação do perigo da <strong>de</strong>sobediência a ele; <strong>de</strong>ixando a advertência na mente com uma expressão<br />

abrupta peculiarmente bem calculada para excitar a atenção e produzir o efeito <strong>de</strong>sejado.”<br />

Dimock conjetura que, como Deus é introduzido como a falar na última frase do versículo 7,<br />

<strong>de</strong>vemos ler ylwqb, por wlqb: “Oh, que possais neste dia ouvir minha voz; que não sejais duros <strong>de</strong><br />

coração” etc.<br />

20 “Ab aliis frigi<strong>de</strong> audiri, et contemptim; ab aliis fastidiose respui; ab aliis superbe rejici; ab<br />

aliis etiam fuisose non sine probro et blasphemia proscindi.” – v.l.

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