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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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232 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

empregado para preservar os israelitas. Em contrapartida, embora os<br />

reis <strong>de</strong> quem Daniel fala fossem avaros e cruéis, ou, melhor, ladrões, virando<br />

todas as coisas <strong>de</strong> ponta cabeça, todavia o profeta <strong>de</strong>clara [11.13]<br />

que santos anjos foram <strong>de</strong>signados para cuidar <strong>de</strong>les. É provável que os<br />

egípcios foram entregues e se sujeitaram aos anjos réprobos, segundo<br />

seu merecimento; mas po<strong>de</strong>mos simplesmente consi<strong>de</strong>rar os anjos aqui<br />

<strong>de</strong>scritos como <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> maus em virtu<strong>de</strong> da obra para a qual<br />

foram empregados – porque infligiram sobre os inimigos do povo <strong>de</strong> Deus<br />

terríveis pragas com o intuito <strong>de</strong> reprimir sua tirania e cruelda<strong>de</strong>. E assim<br />

tanto os anjos celestiais e eleitos quanto os anjos apóstatas são com<br />

justiça consi<strong>de</strong>rados os ministros ou executores <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s. Devem,<br />

porém, ser consi<strong>de</strong>rados como tais em diferentes sentidos. Os primeiros<br />

ren<strong>de</strong>m a Deus uma feliz e voluntária obediência; os últimos, porém,<br />

como estão sempre solícitos em fazer dano e caso pu<strong>de</strong>ssem virariam o<br />

mundo <strong>de</strong> ponta cabeça, são instrumentos po<strong>de</strong>rosos para infligir calamida<strong>de</strong>s<br />

sobre os homens.<br />

50. Ele fez um caminho para seu furor. 46 Para <strong>de</strong>sfazer toda e qualquer<br />

justificativa <strong>de</strong>sse povo ingrato, a quem as mais evi<strong>de</strong>ntes e notáveis<br />

provas da bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus que foram apresentadas ante seus olhos não<br />

podiam manter sua obediência a ele, aqui novamente se repete que a ira<br />

<strong>de</strong> Deus inundou o Egito como uma torrente impetuosa. O milagre aludido<br />

é o último que foi ali operado, quando Deus, pela po<strong>de</strong>rosa mão <strong>de</strong><br />

seu anjo, matou, numa só noite, todos os primogênitos do Egito. Segundo<br />

um modo comum e familiar <strong>de</strong> falar no idioma hebraico, os primogênitos<br />

são chamados princípio ou primícias do vigor. Embora os idosos avancem<br />

rumo à morte pelo <strong>de</strong>clínio dos anos, todavia quando são <strong>de</strong> certa maneira<br />

renovados em sua prole e assim se po<strong>de</strong> dizer que recobram seu vigor<br />

<strong>de</strong>sgastado, o termo vigor se aplica a seus filhos. E os primogênitos são<br />

46 “Ele aplainou uma vereda para seu furor. slp [o termo para aplainar] significa orientar-se por<br />

uma linha ou nível; e quando aplicado a um caminho, subenten<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>notar que o caminho é feito<br />

reto e suave, <strong>de</strong> modo a não <strong>de</strong>ixar qualquer impedimento ao transeunte. Veja-se a sinopse <strong>de</strong> Poole<br />

e Le Clerc. O sentido será exatamente o mesmo se assim interpretarmos a frase, ou supormos<br />

o furor <strong>de</strong> Deus tomando sua direção, para. sta,qmhn, numa linha reta e por meio <strong>de</strong> um nível; isto é,<br />

no caminho mais curto, sem <strong>de</strong>longa nem <strong>de</strong>svio.” – Merrick’s Annotations.

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