31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

442 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

base o costume <strong>de</strong> no título ser ele atribuído a Moisés; e visto que<br />

os <strong>Salmos</strong> estavam em uso já em seu tempo, não tenho dúvida <strong>de</strong> ser<br />

ele seu autor. 1 Alguns sustentam que a razão por que seu nome aparece<br />

na inscrição é que o Salmo era cantado por sua posterida<strong>de</strong>;<br />

porém não posso ver por que recorreriam a tal conceito infundado.<br />

O título, Homem <strong>de</strong> Deus, dado a Moisés, que é imediatamente<br />

adicionado, claramente os refuta. 2 Essa honrosa <strong>de</strong>signação lhe é<br />

expressamente aplicada para que sua doutrina tivesse maior autorida<strong>de</strong>.<br />

Caso se admita alguma conjetura, é provável que, quando<br />

chegou o tempo <strong>de</strong> sua morte, ele tenha concluído esta oração para<br />

amenizar a prolongada dor sob a qual o povo quase se viu <strong>de</strong>sfalecido,<br />

e para confortar seus corações sob o acúmulo das adversida<strong>de</strong>s<br />

com que se viram oprimidos. Embora a prodigiosa bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus<br />

resplan<strong>de</strong>cesse em sua libertação do Egito, a qual, sepultando as<br />

misérias anteriormente suportadas por eles, os havia saturado <strong>de</strong><br />

profunda alegria, todavia sabemos que, logo <strong>de</strong>pois, a mesma foi extinta<br />

por sua ingratidão. De modo que, por um espaço <strong>de</strong> não menos<br />

<strong>de</strong> quarenta anos, eles foram consumidos no <strong>de</strong>serto por contínuo<br />

langor. Era, pois, mui razoável que Moisés, naquele tempo, rogasse<br />

a Deus que tratasse seu povo <strong>de</strong> forma misericordiosa e mansa,<br />

segundo o número dos anos ao longo dos quais os havia afligido.<br />

[vv. 1, 2]<br />

Tu tens sido nossa habitação, ó Senhor, <strong>de</strong> geração em geração. Antes que<br />

os montes viessem à existência, e antes que formasses a terra e o mundo, 3<br />

sim, <strong>de</strong> eternida<strong>de</strong> em eternida<strong>de</strong> tu és Deus.<br />

1 Todas as versões antigas atribuem este Salmo a Moisés, e geralmente concorda-se que o<br />

mesmo foi escrito por ele. R. Selomo e outros comentaristas ju<strong>de</strong>us atribuem-lhe também os nove<br />

<strong>Salmos</strong> seguintes; para o quê parece não terem qualquer outro fundamento senão seu próprio e<br />

absurdo cânon <strong>de</strong> crítica, pelo qual <strong>de</strong>signam todos os <strong>Salmos</strong> anônimos àquele autor cujo nome<br />

foi o último a aparecer no título anterior. É evi<strong>de</strong>nte, por exemplo, que o Salmo 99, no qual se<br />

menciona o profeta Samuel, não podia ter sido escrito por Moisés.<br />

2 Homem <strong>de</strong> Deus era uma <strong>de</strong>signação comum dos profetas judaicos; cf. Juízes 13.6; 1 Samuel<br />

2.27; e 9.6.<br />

3 “A terra e o mundo. A última <strong>de</strong>ssas palavras significa propriamente o mundo habitável; aquela<br />

parte da terra que, por sua fertilida<strong>de</strong>, é capaz <strong>de</strong> sustentar seus habitantes.” – Walford.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!