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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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208 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

10. Não guardaram o pacto <strong>de</strong> Deus. Esta é a razão indicada para<br />

os efraimitas voltarem suas costas no dia da batalha; e isso explica por<br />

que a assistência divina foi retirada <strong>de</strong>les. Outros, é verda<strong>de</strong>, se fizeram<br />

culpados neste aspecto da mesma forma que eles, mas a vingança <strong>de</strong><br />

Deus executada nessa tribo, que com sua influência corrompeu quase<br />

todo o reino, é propositadamente apresentada como uma advertência<br />

geral. Visto, pois, que a tribo <strong>de</strong> Efraim, em conseqüência <strong>de</strong> seu<br />

esplendor e dignida<strong>de</strong>, ao lançar <strong>de</strong> si o jugo, estimulou e se tornou<br />

como que um padrão <strong>de</strong> vergonhosa revolta a todas as <strong>de</strong>mais tribos,<br />

o profeta tencionava levar as pessoas a se porem em guarda para que,<br />

em sua simplicida<strong>de</strong>, não se <strong>de</strong>ixassem enganar novamente da mesma<br />

forma. A culpa que ele traz sobre os filhos <strong>de</strong> Efraim não é leve; ele<br />

os repreen<strong>de</strong>u por conta <strong>de</strong> sua perfídia em <strong>de</strong>sprezar toda a lei e em<br />

violar o pacto. Embora empregue estas duas palavras, lei e pacto, no<br />

mesmo sentido, todavia, ao mencionar primeiro o pacto, ele claramente<br />

mostra que não está falando simplesmente da lei moral e da perfeita<br />

norma <strong>de</strong> vida, mas <strong>de</strong> todo o serviço <strong>de</strong> Deus, da veracida<strong>de</strong> e da<br />

fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> das promessas divinas, bem como da confiança que se <strong>de</strong>ve<br />

<strong>de</strong>positar nelas, 14 da invocação e da doutrina da verda<strong>de</strong>ira religião,<br />

cujo fundamento era a adoção. Ele, pois, os chama transgressores do<br />

pacto, porque tinham fracassado em sua confiança nas promessas,<br />

por meio das quais Deus entrara em pacto com eles <strong>de</strong> ser seu Pai. No<br />

entanto, em seguida, com muita proprieda<strong>de</strong>, ele acrescenta a lei, na<br />

qual o pacto fora selado, por assim dizer, nos registros públicos. Ele<br />

agrava a enormida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua culpa pelo uso do termo recusar-se, o qual<br />

sugere que não foram simplesmente <strong>de</strong>sviados por um tipo <strong>de</strong> irreflexão<br />

ou temerida<strong>de</strong> inconsi<strong>de</strong>rada, e assim pecaram por levianda<strong>de</strong>,<br />

por falta <strong>de</strong> conhecimento ou <strong>de</strong> previsão, mas que propositadamente,<br />

e com <strong>de</strong>liberada obstinação, haviam violado o santo pacto <strong>de</strong> Deus.<br />

11. E se esqueceram <strong>de</strong> suas obras. Esta vergonhosa impieda<strong>de</strong><br />

é aqui representada como tendo sua origem na ingratidão, visto que<br />

14 “De la verite et fi<strong>de</strong>lite <strong>de</strong>s promesses, et <strong>de</strong> la foy qu’on e doit adjouster.” – v.f.

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