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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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712 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

sem pão, não obstante sua vonta<strong>de</strong> é que nossa vida seja sustentada<br />

por tal provisão; e se a negligenciarmos, e quisermos <strong>de</strong>signar-lhe outro<br />

meio <strong>de</strong> nutrir-nos, tentamos seu po<strong>de</strong>r.<br />

15. Ele lhes satisfez o <strong>de</strong>sejo. Há uma excelente paranomásia<br />

na palavra /wzr, razon, pois se em vez <strong>de</strong> z, zain, lermos x, tsädhé},<br />

a palavra significaria bom prazer. O profeta, portanto, em alusão<br />

à luxúria <strong>de</strong>les, usando a palavra que é muito semelhante a bom<br />

prazer ou <strong>de</strong>sejo, diz que Deus enviou magreza a suas almas; significando<br />

com isso que ele <strong>de</strong> fato satisfez os <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nados<br />

do povo; não obstante, <strong>de</strong> uma maneira tal que os que se enfadaram<br />

do maná agora nada recebiam senão magreza. 10 E assim o profeta<br />

parece acusar o povo do quê diariamente observamos entre os que<br />

vivem luxuosamente e são impertinentes, especialmente quando<br />

seu estômago, em <strong>de</strong>corrência do que se <strong>de</strong>rrama nele, se viciando,<br />

já não aprecia alimento saudável. Pois tais pessoas só sente prazer<br />

em alimentos perniciosos; e portanto, quanto mais se mimem com<br />

eles, mais se tornam criaturas <strong>de</strong> hábitos nocivos; e assim, em curto<br />

tempo, o próprio alimento os <strong>de</strong>finha. Portanto, o profeta parece<br />

aplicar à mente o que diz sobre o <strong>de</strong>sditoso estado do corpo, e<br />

compara os ju<strong>de</strong>us às pessoas mórbidas cuja voracida<strong>de</strong>, em vez <strong>de</strong><br />

promover a saú<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>teriora, porque não <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong> seu alimento<br />

10 A referência aqui é às codornizes que Deus enviou ao povo em resposta a seu pedido por<br />

carne, mas que, <strong>de</strong>vido ao excesso com que participaram <strong>de</strong>las, em vez <strong>de</strong> propiciarem nutrição,<br />

provaram ser causa <strong>de</strong> doença. Quando o alimento <strong>de</strong> uma qualida<strong>de</strong> insalubre é <strong>de</strong>glutido, a<br />

natureza violentamente procura regurgitá-lo do sistema através <strong>de</strong> várias evacuações. Daí segue<br />

uma súbita e quase incrível perda da energia e vigor. Os israelitas, quando Deus lhes <strong>de</strong>u as codornizes,<br />

dando ré<strong>de</strong>as soltas a seu imo<strong>de</strong>rado apetite [Êx 16.8; Sl 78.25, 29], o efeito foi que se apo<strong>de</strong>rou<br />

<strong>de</strong>les uma doença súbita e <strong>de</strong>vastadora, o que alguns supõem ter sido o que se chama cólera,<br />

uma doença que produz uma rápida prostração do vigor e <strong>de</strong>finhamento <strong>de</strong> toda a estrutura. Essa<br />

opinião parece confirmada pelo que se <strong>de</strong>clara em Números 11.20, on<strong>de</strong> se ameaça que as codornizes<br />

“sairiam <strong>de</strong> suas narinas”, provavelmente indicando vômitos violentos que acompanham essa<br />

doença. De fato lemos que o Senhor golpeou o povo com uma praga terribilíssima [Nm 11.33]. Mas<br />

a agência <strong>de</strong> Deus, e ainda sua agência miraculosa, admitem a subserviência dos meios. French e<br />

‏,רזה Skinner traduzem a frase assim: “Mas ensinou uma assoladora doença entre eles.” “A palavra<br />

atenuar, <strong>de</strong>finhar”, diz Hammond, “é também usada para <strong>de</strong>struir [Sf 2.11], quando Deus ameaça<br />

que <strong>de</strong>finhará, isto é, <strong>de</strong>struirá todos os <strong>de</strong>uses. E então רזון po<strong>de</strong> ser traduzida, em termos mais<br />

gerais, por <strong>de</strong>struição ou praga, e assim R. Tanchum sobre Sofonias a traduz por <strong>de</strong>struição.”

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