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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 79 • 259<br />

ções pagãs que te <strong>de</strong>sprezam? Em suma, equivale dizer que Deus<br />

tem motivo <strong>de</strong> sobra para exercer sua ira em outros lugares, visto<br />

que não foram os únicos no mundo que pecaram contra ele. Embora<br />

não nos caiba prescrever a Deus a norma <strong>de</strong> sua conduta, mas, ao<br />

contrário, pacientemente submeter-nos a sua or<strong>de</strong>nação: “Porque<br />

já é tempo que comece o julgamento pela casa <strong>de</strong> Deus” [1Pe 4.17],<br />

todavia ele permite que seus santos tomem a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> rogar<br />

que, pelo menos, não sejam tratados ainda pior que os próprios<br />

incrédulos e os que o <strong>de</strong>sprezam.<br />

É preciso observar que estas duas sentenças: que não têm<br />

conhecido e que não invocam teu nome são tomadas no mesmo<br />

sentido. Através <strong>de</strong>ssas diferentes formas <strong>de</strong> expressão, sugere-se<br />

ser impossível que alguém invoque a Deus sem um prévio conhecimento<br />

<strong>de</strong>le, como nos ensina o Apóstolo Paulo em Romanos 10.14:<br />

“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram, e como crerão<br />

naquele <strong>de</strong> quem nada ouviram?” Não nos pertence respon<strong>de</strong>r:<br />

“Tu és o nosso Deus”, até que ele nos tenha antecipado, dizendo:<br />

“Tu és o meu povo” [Os 2.23]; mas ele abre nossa boca a fim <strong>de</strong><br />

lhe dizermos assim quando ele nos convida a si. Invocar o nome<br />

<strong>de</strong> Deus é às vezes sinônimo <strong>de</strong> orar; aqui, porém, não se <strong>de</strong>ve<br />

limitar a expressão exclusivamente a esse exercício. Equivale a<br />

isto: a menos que sejamos dirigidos pelo conhecimento <strong>de</strong> Deus,<br />

é impossível que sinceramente professemos a verda<strong>de</strong>ira religião.<br />

Naquele tempo, os gentios por toda parte se gabavam <strong>de</strong> servir<br />

a Deus; mas, sendo <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong> sua Palavra, e uma vez que fabricavam<br />

para si <strong>de</strong>uses provenientes <strong>de</strong> sua própria imaginação,<br />

todos seus serviços religiosos se tornavam <strong>de</strong>testáveis; precisamente<br />

como em nossos dias, quando as observâncias religiosas<br />

humanas, inventadas pelos cegos e iludidos <strong>de</strong>votos do Homem<br />

do Pecado, os quais não têm um correto conhecimento do Deus<br />

que professam adorar, e que com sua boca não inquirem o que ele<br />

aprova, são certamente rejeitadas por ele, visto que estabelecem<br />

ídolos em seu lugar.

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