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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 92 • 479<br />

tual celebrado a Deus. É preciso observar a diferença, neste aspecto,<br />

entre seu povo sob o Velho e sob o Novo Testamento; pois agora que<br />

Cristo já se manifestou, e a Igreja já alcançou a plena maturida<strong>de</strong>, se<br />

introduzíssemos as sombras <strong>de</strong> uma dispensação expirada só iríamos<br />

sepultar a luz do evangelho. Disto transparece que os papistas, como<br />

tive ocasião <strong>de</strong> mostrar em outro lugar, ao empregarem música instrumental,<br />

não se po<strong>de</strong> dizer que imitam a prática do antigo povo <strong>de</strong><br />

Deus, mas o imitam <strong>de</strong> uma maneira insensata e absurda, exibindo um<br />

tolo <strong>de</strong>leite naquele culto do Velho Testamento que era figurativo e<br />

que foi extinto com a vinda do evangelho. 4<br />

4. Porque tu, ó Jehovah, me alegraste. O salmista reitera a verda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> que o Sábado não fora prescrito como um dia para o ócio,<br />

mas uma ocasião na qual <strong>de</strong>vamos reunir todas nossas energias para<br />

a meditação em torno das obras <strong>de</strong> Deus. Ele notifica, ao mesmo tempo,<br />

que quem é melhor qualificado para celebrar os louvores <strong>de</strong> Deus<br />

são os que reconhecem e sentem sua benevolência paternal e po<strong>de</strong>m<br />

empreen<strong>de</strong>r este serviço com mentes voluntárias e jubilosas. Sua lin-<br />

4 Mas ainda que Calvino sustentasse que o uso da música instrumental em culto público era<br />

inconsistente com o gênio da dispensação cristã, ele consi<strong>de</strong>rava a celebração dos louvores <strong>de</strong><br />

Deus com a melodia da voz humana como uma instituição <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> solenida<strong>de</strong> e proveitosa.<br />

Ele sabia que o cântico <strong>de</strong> <strong>Salmos</strong> está sancionado pelos apóstolos, e que a música exerce uma<br />

po<strong>de</strong>rosa influência em excitar a mente ao ardor da <strong>de</strong>voção; e a ele pertence o mérito <strong>de</strong> ter, com<br />

a recomendação <strong>de</strong> Lutero, formado o plano <strong>de</strong> estabelecer, como um ramo principal do culto<br />

nas Igrejas Reformadas, o cântico <strong>de</strong> <strong>Salmos</strong>, traduzido no idioma vernáculo, e adaptou melodias<br />

claras e fáceis, para que todo o povo pu<strong>de</strong>sse apren<strong>de</strong>r e pu<strong>de</strong>ssem todos participar. Imediatamente<br />

à publicação da versão <strong>de</strong> Clement Marot dos <strong>Salmos</strong> <strong>de</strong> Davi em rimas francesas <strong>de</strong> Paris,<br />

ele a introduziu em sua congregação <strong>de</strong> Genebra, posta em música clara e popular; e logo entrou<br />

para o uso universal em todas as numerosas congregações da Igreja Reformada da França. Por<br />

fim os <strong>Salmos</strong> <strong>de</strong> Marot formaram um apêndice ao Catecismo <strong>de</strong> Genebra e veio a ser uma marca<br />

ou emblema característico do culto e profissão <strong>de</strong> fé calvinistas. A tradução <strong>de</strong> Marot, a qual não<br />

almejava qualquer inovação no culto público, e a qual ele <strong>de</strong>dicou a seu senhor Francisco I e às<br />

damas da França, recebeu a princípio a sanção da Sorbone, como nada contendo que contrariasse<br />

a sã doutrina. Calvino, porém, conhecia o caráter do livro melhor que os doutores da Sorbone, e<br />

tendo, por meio <strong>de</strong> sua influência, obtido sua introdução no culto da Igreja Protestante da França,<br />

contribuiu tanto, em conseqüência <strong>de</strong> sua extraordinária popularida<strong>de</strong>, para o avança da causa<br />

da Reforma naquele país, que foi interditado sob as mais severas penalida<strong>de</strong>s; e, na linguagem<br />

da Igreja <strong>de</strong> Roma, cantar <strong>Salmos</strong> e heresia vieram a ser termos sinônimos. – Warton’s History of<br />

English Poetry, vol. iii. pp. 164, 165.

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